terça-feira, 25 de outubro de 2011

Espetáculos espíritas em cartaz

EM CARTAZ: O Semeador de Estrelas
A peça retrata a vida e obra do médium Divaldo Pereira Franco, num espetáculo musicado, com texto de Cyrano Rosalém e Direção de Renato Prieto. Divaldo Pereira Franco é autor de mais de cento e cinqüenta livros traduzidos para 14 idiomas. Divaldo é conhecido por seu trabalho social com as obras assitenciais da casa de caridade “A Mansão do Caminho” em Salvador (BA), com aproximadamente três mil crianças, além de realizar seminários e congressos em todo o mundo. Elenco: Paulo Paixão, Renato Prieto, Rosana Penna e Sylvia D’Silva. Música: Cayê Milfont. Serviço "O Semeador de Estrelas" Sábado – 18h / Domingo – 17h Desconto especial para Sócios do Clube Amigos da Boa Nova (Imprescindível apresentação da carteirinha de associado) Local: Teatro da Feesp - Rua Maria Paula, 140, Bela Vista, São Paulo/SP. Informações: (11) 3115-5544. Classificação: 10 anos Há Dois Mil Anos
Esta é a nova versão deste clássico da literatura mundial, publicado em quase todo o mundo, que associa uma grande história de amor, a reflexão universal sobre o sentido da vida e dos atos que aqui praticamos. Inspirada numa das existências do espírito de Emmanuel, e psicografada pelo saudoso Chico Xavier, a história narra a trajetória do Senador Romano Públio Lêntulus e de sua esposa Lívia, que simbolizavam a força do Império construído pela Roma antiga. Ao encontrarem Jesus, numa viagem feita à Palestina para a cura da filhinha doente, vêem toda a sua vida ser transformada, num turbilhão de fatos que até hoje são exemplo de superação, renúncia e fé. Serviço "Há Dois Mil Anos" Sábado: 21h e Domingo: 19h Ingresso: R$ 30,00 (R$15,00 mediante doação de 1kg de alimento não perecível) Sócios do Clube Amigos da Boa Nova: R$ 12,00 (Imprescindível a apresentação da carteirinha de associado) Local: Teatro do Ator - Praça Franklin Roosevelt, 172 (próximo da Igreja da Consolação e da estação República do metrô), São Paulo/SP. Informações: (11) 3082-2020. Laços Eternos
Com a adaptação deAnnamaria Dias a peça narra a história de Nina que desencarna aos doze anos de tuberculose tinha doze anos, e morrera de tuberculose. Ao sentir falta da família que era muito carinhosa, para auxiliá-la, os amigos espirituais que sempre a acompanharam e protegeram, obtiveram autorização dos seus superiores, para levá-la em uma viagem astral, através do tempo e do espaço, retroagindo até uma de suas vidas passadas. Serviço “Laços Eternos” Domingo: 20h Desconto especial para Sócios do Clube Amigos da Boa Nova (Imprescindível a apresentação da carteirinha de associado) Local: Teatro Santo Agostinho Rua Apeninos, 118, Vergueiro, São Paulo. Informações: (11) 3209-4858

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Divaldo Franco em evento da USE - Santo André
De 23 a 30 de outubro a USE – Santo André realizará a 60ª Semana Espírita de Santo André, com o tema central “Amor e União – Bases da ação espírita cristã no século XXI.” Programação Dia 23 (domingo) 15h00 Abertura com a Infância Evangelização das Casas Espíritas Tema: O Futuro Presente Local: Parque Regional Prefeito Celso Daniel – Av. D. Pedro II, 940, Centro, Santo André/SP. Dia 24 (segunda-feira) 20h00 Abertura do Ciclo de Palestras Tema: Central Conferencista: Divaldo Pereira Franco (BA) Apresentação Artística: Paula Zamp Local: Clube Atlético Aramaçan – Rua São Pedro, 345 A partir do dia 25, a programação será realizada em um único local: Parque Regional Prefeito Celso Daniel – Av. D. Pedro II, 940, Centro, Santo André/SP. Dia 25 (Terça-feira) – 20h00 Tema: Família – Base para uma mundo melhor Palestra Cantada Cantor: Vansan – SP Dia 26 (Quarta-feira) – 20h00 Tema: Repensando a vida em família Conferencista: Profª Heloísa Pires – SP Apresentação Artística: Grupo Canto Livre – Santo André Dia 27 (Quinta-feira) – 20h00 Tema: A família – União e coração em busca da verdade Conferencista: Dr. José Carlos de Lucca – SP Apresentação Artística: Coral Obreiros da Caridade – Santo André Dia 28 (Sexta-feira) – 20h00 Tema: Descobrindo a felicidade através da educado do ser Conferencista: Richard Simonetti – Bauru/SP Apresentação Artísitca: Coral União em Busca da Paz – Santo André Dia 29 (Sábado) – 20h00 Tema: Realidade atual – Desafios e perspectivas como base do amor e da união Conferencista: Dr. Eliseu da Mota Jr. – Franca/SP. Apresentação Artística: Coral Cantares – Diadema/SP Dia 30 (Domingo) – 16h00 Tema: Um mundo em transformação é a Era da regeneração na Terra Conferencista: André Luiz Ruiz – Campinas/SP Apresentação Artística: Orquestra e Coral Carlos Gomes / FEESP Serviço U.S.E. Municipal de Santo André Rua Chuí, 801, Vila Pires, Santo André/SP. Telefone: (11) 4454-2773 / 4971-6392 Ingresso: 1kg de alimento não perecível

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A VISÃO ESPÍRITA DA MATERNIDADE / PATERNIDADE ADOTIVA


A VISÃO ESPÍRITA DA MATERNIDADE / PATERNIDADE ADOTIVA
(matéria publicada na Folha Espírita em novembro de 2006)

Maternidade adotiva, um exercício de Amor
Por Camila de Andrade

O pediatra e homeopata Marco Antônio Pereira dos Santos é pai de dois filhos biológicos, mas seguiu a tradição dos pais, que haviam adotado quatro, e dos irmãos, que também se dedicaram a essa tarefa, adotando outros sete. Assim, segundo relata, faz parte de uma família com “mais ou menos” 25 filhos de “maternidade adotiva”. Membro do Projeto Acalanto, um grupo de pessoas da comunidade, pais e filhos adotivos ou não, que, voluntariamente, se propõe a desenvolver um trabalho de esclarecimento, estímulo e encaminhamento à adoção, em São Paulo (SP), ele fala, abaixo, do exercício da maternidade e do quanto é importante estar uma criança no seio da família.

Folha Espírita – O que é a maternidade adotiva?
Marco Antônio Pereira dos Santos – A adoção é um termo ligado à possibilidade de uma mãe que não tem condições biológicas naturais, por infertilidade, por uma série de situações, de, juridicamente, conseguir filhos. Ou seja, ela tem um contexto muito mais jurídico, do que social, uma vez que, conduzido o trâmite legal, essa maternidade se torna igual à outra comum. Biologicamente, a mãe não conseguiu ter um filho, mas, após o processo jurídico da adoção, aquele filho passa a ter direitos iguais a um herdeiro biológico.

FE – E ela é uma maternidade especial?
Santos – Sim, é especial porque, apesar de não ser uma maternidade biológica, gestada no útero, o é no coração, na mente. As pessoas que se envolvem, tanto o pai quanto a mãe e a família, têm de ter uma vontade forte e compromisso com esse ideal, porque as dificuldades jurídicas, familiares, sociais e psicológicas devem ser levadas em conta e são importantes. A maternidade biológica pode ser um acidente, pode não ter sido desejada, e a vontade de Deus pode se expressar independentemente da nossa. Então, através da fertilidade natural da mãe, o plano espiritual pode programar aquela reencarnação mesmo que não seja de forma consciente da mãe naquele momento. O momento em que a mãe sabe que está abrigando um novo ser é de reflexão, de compromisso com a vida, e a partir daí se estabelece a maternidade biológica. No caso da maternidade adotiva, é uma gestação diferente, em que não há alteração do corpo da mulher, mas, sim, toda uma preparação, que pode ser feita, inclusive, por grupos de adoção como o nosso, Projeto Acalanto, onde as pessoas vão freqüentar, ouvir palestras e se preparar para as dificuldades que podem surgir, já que a maternidade e a paternidade adotivas são diferentes da biológica.

FE – Qual a proposta básica do Acalanto?
Santos – Evitar a institucionalização de menores e prevenir o seu abandono e marginalização. Para isso, promove um elo entre as crianças desassistidas e núcleos familiares estruturados, aptos a ampará-las.

FE – Como a adoção chegou à sua vida?
Santos – Eu já tinha dois filhos biológicos e quis ampliar esse relacionamento abrindo a possibilidade de resgatar pendências que eu tenha deixado em outras vidas e que se manifestaram através da maternidade.

FE – Você já foi criticado por conta disso?
Santos – A crítica é natural da ignorância, porque quando você não vive uma experiência é natural que você critique aquela pessoa, que talvez queira viver aquela experiência. Meus pais já tinham adotado, e depois, meus irmãos e eu. Temos mais ou menos 25 pessoas ligadas à experiência adotiva em nossa família, todas elas agradáveis e que nos estimularam a repeti-la.

FE – Como funciona isso espiritualmente? O espírito escolhe quem vai reencarnar e adotar outro?
Santos – É sempre uma programação diferente em cada caso. Naquelas pessoas que já trabalham mais com a idéia adotiva eles incluem a adoção no seu planejamento familiar. Várias pessoas têm o desejo secreto de adotar, mas, ao chegar aqui na Terra, em razão das dificuldades econômicas, sociais e familiares, elas se esquecem um pouco desse projeto, que fica escondido em suas mentes como um desejo secreto que pode ser transformado depois.

FE – Afinal, todas as mulheres encarnadas precisam ser mães?
Santos – Essa é uma excelente pergunta. Existem quatro oportunidades, como espírito, para os serviços ligados à maternidade. Se eu for homem encarnado não posso ser mãe, se for desencarnado também, tanto homem quanto mulher. Ou seja, como mulher encarnada, tenho a única possibilidade de ser mãe, com um índice de 25%. Assim, biologicamente, nasço com os implementos próprios da maternidade – seios, útero, ovário, etc. Isso é uma certa orientação da espiritualidade que aquele indivíduo deve aproveitar aquela encarnação para evoluir mais rapidamente. E a maternidade é uma oportunidade de evolução maravilhosa.

FE – Então, o encontro da família adotiva não é casual?
Santos – Na maioria das vezes, para não dizer todas, é um planejamento superior. Veja bem, se uma criança nasce para ser filho biológico de A + B, mas, infelizmente, é abandonada, pode haver uma reengenharia, sim. Tem gente que prefere deixar aquele compromisso pendente, mas em uma próxima encarnação terá de resolvê-lo. É como uma matéria da faculdade: você não pode passar de um ano para outro se deixar uma pendência. Essa visão é muito mais ampla que a lei do carma, da reencarnação, de causa e efeito, que nos abriga a ser pais. Não existe obrigação, existe a lei do amor, que nos oferece uma oportunidade.

FE – Como o tratamento espiritual pode ajudar nessas pendências?
Santos – A convivência com a criança adotiva não é fácil. Aqueles que pensam que é só adotar e as estão resolvendo estão errados. A adoção começa ali, não termina ali. Ou seja, a partir de determinado momento a criança passa a ser filho. Você vai com ela para casa para construir uma família, algo que não é tão simples. Quando temos filhos biológicos é mais difícil ainda, porque temos de encaixar aquele elemento num planejamento que já existia. Além do lado idealista, existe o econômico, psicológico e afetivo, que precisam ser bem dimensionados. Mas eu diria que é uma experiência importante, que a casa espírita ajuda muito, através do passe, da água fluidificada, de tratamento desobsessivo. Assim como existe programação espiritual positiva, às vezes, também pode existir negativa, ou seja, podem não querer que aquela criança chegue à nossa casa. Ela pode trazer os “amigos” que querem evitar a sua convivência harmônica. Tratamentos psicológico, pediátrico e homeopático ajudam bastante.

FE – Que mensagem o senhor daria para aqueles que querem adotar, mas têm dúvidas e medo?
Santos – É uma experiência importante na vida do espírito, vai lhe trazer muito amadurecimento, oportunidade de exercitar a maternidade, além dos laços biológicos. Nós precisamos amar a todos, sentir que Deus é nosso pai e todos nós somos irmãos. Então, a maternidade ou paternidade adotiva é um exercício de amor.


Conheça mais sobre o trabalho do Projeto Acalanto
Para conhecer mais sobre o Projeto Acalanto acesse o site http://www.adocao.com.br/acalanto.htm ou fale com a entidade através do telefone (11) 3976-1160. Ela fica na rua Madre Nineta Junata, 126, Freguesia do Ó, São Paulo (SP).

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Psicopictografia (Pintura Mediúnica)


O fenômeno mediúnico é chamado de psicopictografia (Pintura Mediúnica), processo que permite a manifestação do plano espiritual através das mãos e dos pés de um médium.

Os quadros ficam energizados através da captação da médium, sendo ela a receptora e distribuidora das energias, tanto para o quadro, quanto para o público que a assiste. O quadro fica condensado com essas energias, que através de vários testemunhos e comprovações de sensitivos, fazem a casa ou lugar onde o colocam ficarem equilibrados.

Os pintores manipulam as energias do publico como também a dos médiuns presentes para ajudar os desencarnados desequilibrados, trocando a energia negativa do doente com a energia positiva que é gerada pelo trabalho.


Valdelice Salum, nunca estudou arte ou aprendeu a pintar. Ela é uma médium de Psicopictografia e desenvolve seu trabalho há mais de 30 anos. No seu início foi orientada pelo médium Chico Xavier que disse a ela de sua capacidade e que deveria desenvolvê-la. Foi o que ela fez, mas sempre orientada pela base da filosofia contida no Evangelho de Jesus Cristo. Ela trabalha com vários artistas desencarnados que foram, no passado, pintores famosos voltando hoje para dar testemunho da imortalidade do espírito, dando uma prova mais do que necessária para os dias de hoje, de que a vida que vivemos hoje é uma apenas, dentre tantas que virão.


Os pintores trabalham através de Valdelice, como também de outros médiuns usando o potencial mediúnico que cada um tem, conforme suas condições. Quanto mais elevado moralmente o médium, melhor e mais fácil a sua captação espiritual, sempre de acordo com a simpatia energética e pessoal do desencarnado para o encarnado. Eles, através dos quadros conseguem em certos casos dar ajuda não só psicológica mas também energética para aqueles que assistem ao trabalho.
Chico Xavier, conversando com a médium, disse que seus quadros e seu trabalho são de Evangelização através das cores, para todos os espíritos, encarnados e desencarnados. Sabemos através de Albert Einstein que cada cor vibra numa determinada faixa atômica do nosso corpo, ajudando na nossa saúde física e mental. Esse trabalho de projeção de luzes coloridas (cromoterapia) que os nossos amigos pintores fazem durante o transcorrer do trabalho depende do assistido captar ou não essa energia.

Durante o Trabalho, há de se observar o perfeito domínio dos pintores sobre as tintas, as quais não se misturam mantendo as características de cada cor.

Os artistas estão fazendo uma enorme força para passar essas energias, rebaixando seu padrão vibratório e repetindo seu estilo de pintura de muitos anos atrás, oferecendo assim uma prova de sua imortalidade, ora com a mão esquerda, ora com a mão direita, ou até simultaneamente, acontecendo também com os pés.

Em tantos anos de trabalho, Valdelice, que jamais freqüentou a escola, já pintou telas assinadas por Picasso, Monet, Renoir, Portinari, Miró, Dali, Aleijadinho, Anita Malfatti, Cézanne, Lasar Segal, Manet, Vincent Van Gogh, Tarsila do Amaral, Matisse, Toulouse-Lautrec e entre outros grandes artistas.

Nasceu em Condiuba, interior da Bahia, chegou em São Paulo com sete anos de idade, depois de casada mudou-se para o interior, época que resolveu procurar Chico Xavier, com o intuito de compreender a mediunidade aflorada desde a infância. "Contei o que se passava comigo e ele mandou que eu procurasse um centro para desenvolver minha mediunidade, pois os artistas estavam ali do meu lado, aguardando o momento de dar início ao trabalho". Assim entrou na doutrina com fé, confiança em Deus e foi esperando o que o destino lhe reservava.

Sua primeira aparição em público aconteceu no Lar Maria Lobato de Freitas, em Uberlândia, onde permaneceu 17 anos.

Em entrevista a revista Cristã de Espiritismo Valdelice conta sua trajetória de trabalho e a experiência de ser envolvida por grandes nomes da pintura.

Quando a mediunidade surgiu em sua vida?
Ainda criança via as telas que os espíritos mostravam, na roça, onde morava, eu olhava para o céu e enxergava elas formarem-se e caírem em forma de escadas, mas como não tinha conhecimento de arte naquela época, nunca tinha ouvido falar em galeria, cultura, nem nada disso, não entendia o significado, só depois de casada, que tive oportunidade de adquirir mais conhecimento e de ver obras em livros.

Como ocorre seu processo mediúnico?
Fiquei seis anos rasbicando, desenvolvendo coordenação motora, porque sou analfabeta, sei apenas ler, mas não escrever. Eu os vejo formando uma fila atrás de mim, durante o trabalho eles vão chegando, às vezes outros médiuns videntes também vêem, desde o inicio sempre foi assim. Eu fico totalmente envolvida, as cores, a beleza são bem diferentes da Terra, por mais que se esforcem para passar com toda a fidelidade possível. O importante é transmitir a mensagem através do amor, a energia que eles colocam nas telas, principalmente as cores que são utilizadas como uma espécie de cromoterapia feita com o público presente.

Hoje você procura aprender alguma técnica de pintura para que possa ajudar no trabalho mediúnico?
Não, inclusive no começo me mandaram procurar artistas plásticos para o meu desenvolvimento, a fim de facilitar a manifestação dos espíritos. Na dúvida mais uma vez perguntei a Chico Xavier o que fazer e ele questionou se eu queria ser artista, respondi que não, que não tinha pretensão, nem capacidade para isso, então disse para não me preocupar, porque não seria eu que iria pintar, mas sim os espíritos, cada um fazendo o seu próprio estilo de pintura.

Existem dias e horários específicos para a manifestação?
Sim, desde o início a manifestação acontece nos dias e horários pré determinados por mim.

Você leva esse trabalho em outros locais também?
Não só em centro espírita, mas em outros lugares que sejam filantrópicos com a finalidade de ajudar, já fomos na maçonaria, asilos, creches, etc.

Os trabalhos já foram analisados por peritos em arte?
Sim, certa vez, por exemplo, duas senhoras que trabalham com cubismo, foram assistir o Picasso pintar, foram duvidosas, achando que não era ele, depois pediram para dar o testemunho, porque durante a apresentação ele deu a diferença de um cubismo sintético e analítico, detalhes que somente um conhecedor profundo de arte sabe reconhecer.
Um outro artista chamado Marcos Garrot também nos disse que é impressionante, porque uma pessoa que começa um trabalho artístico não tem a firmeza para desenhar um traço ou um esboço, mesmo que se tenha 20 anos de pintura, mesmo assim, é impossível repetir o trabalho de tantos artistas diferentes.
Em uma apresentação para a T.V., foi solicitada a presença de um perito em arte na área judicial, para comentar meu trabalho. Quando perguntado pela veracidade do trabalho, o mesmo se impressionou com a qualidade artística das obras e em análise mais profunda da obra de Vincent Van Gogh disse ele: " O quadro tem a caligrafia pictórica do artista ou seja os movimentos que o artista faz para pintar ".

Nesses trinta anos de trabalho com a pintura, você sente que hoje conhece um pouco mais sobre pintura?
Nós vamos aprendendo, já conseguimos diferenciar os trabalhos, pois até a postura do artista muda, não é só um envolvimento, a forma como coloca a mão, peculiaridades pequenas mesmo.

Na sua opinião qual é o grande objetivo do trabalho com a pintura?
Provar que a vida continua e fazer a caridade que esses espíritos não conseguiram realizar em vida, ajudando assim aqueles que precisam, dar também assistência espiritual para o público presente encarnado ou desencarnado.

E você como se sente de ser um instrumento de ajuda?
Sinto-me feliz por saber que as obras deles ajudam as pessoas que precisam, sempre aprendendo com eles, fico contente de doar um pouco do meu tempo, que é a única coisa que posso dar, essa é a minha grande alegria.
Como o Chico Xavier disse: “É um trabalho de evangelização através das cores”.

Aos médiuns que sonham hoje em realizar um trabalho com a pintura mediúnica, que mensagem você daria a eles?
Principalmente saber se possui a mediunidade de pintura, depois não ter pressa em se apresentar, deixar eles desenvolverem a coordenação motora até que cada artista tenha a condição de mostra a sua personalidade e estilo artistico que fez em vida, para aqueles que não acreditam na vida após a morte.

Como é utilizada a verba da venda das telas?
Cada lugar que nós vamos fazer a divulgação do trabalho, nós levamos as telas, que são vendidas no local e a renda fica para a entidade que estamos ajudando, bem como para mantermos nossa instituição e para mantermos o nosso trabalho como um todo.
As que foram pintadas no dia nós sorteamos entre aqueles que se interessam, porque cada trabalho é um tratamento através das cores, e aquela pessoa que precisa ter a obra para continuar absorvendo mais energia, é sorteada. É destinada também aos trabalhos sociais mantidos pela nossa casa e a entidade que nos convida, como também manter esse trabalho como um todo.

Como surgiu à Casa Fraterna Francisco de Assis que você dirige?
Há uns anos atrás os espíritos pediram que abríssemos, a idéia a princípio era abrir em Uberlândia, mas meu marido ficou doente e tive que me mudar para Indaiatuba, e por causa da doença dele fui obrigada a diminuir o trabalho, depois que ele faleceu me mudei para São Paulo então abri junto com outros companheiros a nossa pequena casa espírita.

A Sra. já fez alguma apresentação Internacional?
Valdelice tem sido convidada para várias apresentações no Brasil inclusive no exterior como segue abaixo as principais:
• em 92 no Programa Goulart de Andrade;
• em 94 no Programa Tineke World (T.V. Holandesa);
• em 94 esteve na Holanda a convite de um grupo de Holandesas que estudam fenômenos espirituais onde fez um total de 30 apresentações em várias cidades;
• em 95, 96 e 97 apareceu em vários programas de televisão na T.V. Bandeirantes;
• em 97 fez apresentações em Portugal e França;
• em Abril de 98 no Programa Globo Repórter da Rede Globo;
• em Maio de 99 esteve na França e pedido de L´Union Spirite Française et Francophone na pessoa de seu ilustre presidente Roger Perez e de Anita Beckerel e Antonio silva onde fez 10 apresentações;
• em 99 fez uma apresentação em Genebra a convite de Terezinha Rey presidente da L´Union dês Centres D´Estudes em Suisse;
• em 99 fez uma apresentação na Bélgica em Liége a convite da Fedéracion Spirite de La Pronvince de Liége;
• em Outubro de 99 no Jornal da Bandeirantes, num documentário sobre a paranormalidade;
• em Dezembro de 99 no Programa do Ronie Von da CNT;
• em Maio de 00 fez uma turnê em todos os Centros da Suíça a convite da União Suíça na pessoa da presidente Terezinha Rey, e algumas apresentações na França e na Bélgica no total de 15 apresentações.

Em Maio de 04 fez uma apresentação no Canadá, na cidade de Montreal, a convite da Dra. Marlene Nobre e um grupo espírita, para a inauguração de sua casa de estudos.


Veja mais em http://www.pinturamediunica.com.br/inicial.asp

Outros Médiuns

Pintura Mediúnica - Florêncio Anton - 25/2/2011 from Associação Espírita Luz Amor on Vimeo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Exilados da Terra


Os Exilados da Terra
Desde o ano passado está sendo divulgado pela doutrina espírita que o nosso planeta está passando por uma fase de mudança.
A mensagem chegou através de Divaldo Franco no Congresso Espírita Nacional. A mensagem foi recebida com felicidade pela comunidade espírita que sabe que estamos tomando rumo para uma nova era no nosso planeta. Mas que era? Será boa ou ruim? Quando isso acontecerá definitivamente e o que é necessário para que isso aconteça?
Um planeta, assim como nós espíritos, também sofre transformações e mudanças ao longo de sua existência. Essa evolução, porém, depende da vibração em que seus habitantes se encontram. Por exemplo, se os habitantes vibram como espíritos primitivos, logo o planeta será primitivo, se vibram como perfeitos, o planeta será feliz.
Nosso planeta caminha agora para o status de Planeta de Regeneração, ou seja, deixa de ser um Planeta de Provas e Expiações.
Num Planeta de Regeneração, segundo Kardec, os espíritos não são nem tão bons para fazerem só o bem, mas nem tão maus para fazerem só o mau, pendem ora para um lado, ora para outro. Ainda são apegados às coisas materiais.
Os espíritos nos disseram que essa passagem é demorada e que se implantará definitivamente por volta de 200 anos, o que parece muito para nós encarnados, mas que no mundo espiritual, passa como segundos. E para que isso aconteça não é necessário muita coisa de nossa parte, já que isso é a lei, a Lei de Evolução, porém, para vivenciarmos isso precisamos evoluir vibrar com as mesmas vibrações que a existência nesse planeta exige, senão, estaremos condenados, assim como os capelinos, de sermos exilados em outro planeta cuja as vibrações sejam compatíveis com as nossas. Seremos então os Exilados da Terra.

Sugestões de Leitura


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

São Francisco de Assis

SÃO FRANCISCO DE ASSIS






O calendário marcava 26 de setembro de 1182, nasce Francisco Bernardone do ventre de Maria Picalini Bernardone e Pietro Bernardone, na cidade de Assis, Itália. Antes vamos ressaltar o ecumenismo que cerca a figura deste santo, o mais querido que já passou pelo plano terrestre; venerado pelos católicos, admirado pelos protestantes e por outras filosofias. Francisco nos deu o exemplo que é possível viver uma vida reta, basta viver este Deus que mora no seu coração.
Na visão espírita, Francisco de Assis fora João Evangelista, aquele discípulo querido, responsável pela vida de Maria, após a volta de Jesus ao seu verdadeiro reino. Daí talvez explique a adoração de Francisco à Nossa Senhora. Esta mesma visão explica o porquê de seu nome mudado. Sua mãe queria chamá-lo de João, mas acabou sendo batizado de Giovanni Di Pietro(pai) Di Bernardone(avô), mudado para Francisco depois de um sonho que seu pai teve pouco antes da criança nascer onde João Evangelista pregava e falava lindas palavras de amor para Pedro, detalhe, nesta época João Evangelista trocou de nome para fugir dos assassinos dos cristãos, seu nove nome era Francisco, Pai Francisco para seus fiéis amigos. De onde saiu o nome de nosso biografado.
É bom ressaltar que na época que Francisco nasceu, tínhamos uma igreja católica dominante e corrupta, onde pecado era ser pobre. No Egito e na Síria dominava o sultão Saladino, o comandante da 3ª cruzada, onde os muçulmanos venceram o temido Ricardo Coração de Leão, este sultão marcou sua história na idade média contribuindo para a calamidade universal como conquistador. As cruzadas eram tão maléficas quanto a inquisição iniciada por Torquemada em 1420.
Os primeiros biógrafos de Francisco contam que este teve, como toda criança, uma infância cheia de travessuras, até os 20 anos ajudava e era orgulho do seu pai nos negócios.
Até que decidiu ir para guerra contra Perusa em nome de sua cidade. Foi preso e depois de um ano resgatado pelo pai por motivo de doença, juntamente com toda a classe burguesa que estava na guerra. Foi nesta época que teve os primeiros contatos com o evangelho.
Alguns livros contam que antes de ir para guerra, Francisco teve contato com os empregados de seu pai, todos em condições sub humanas. E toda vez que tinha contato com qualquer um dos empregados ele ia interrogar sua mãe: "Por que nós somos ricos e comemos bem e eles não?" Entre outras perguntas que sua mãe não sabia responder. Foi para guerra em busca de poder para mudar esta situação que via no seu lar e era e é reflexo do mundo. Mas, todos indicam que no período de sua doença enfrentava também uma batalha interior indescritível, como a luta do bem divino e do mal terrestre. Ainda, depois, enfrentou parte de outra guerra na Apúlia, mas volta ao perceber que não é a guerra a solução para os problemas e sim o exemplo. Foi quando e extrema guerra interior, Francisco pediu com humildade à Jesus que iluminasse seu caminho e lhe levasse a sua vocação. Foi em 1205, nos seus 24 anos de idade, onde recebeu sua revelação do crucifixo de São Damião: - Francisco!... Constrói a minha igreja!... - Francisco!... Constrói a minha igreja!... - Francisco!... Constrói a minha igreja!...
Depois disso, abandonou tudo e saiu em busca de sua paz ajudando doentes, confortando miseráveis e leprosos, amando todos como irmãos. Foi tido como louco depois de vender e dar tudo o que possuía aos pobres. Mas a alma generosa tornou-se mais forte com o desprezo. Seu pai, não aceitou seu modo de vida e depois de uma surra, sobre calúnia prende-o no porão de casa. Foi solto por sua mãe, quando o pai foi viajar. Mas, ao voltar, percebendo que o filho não iria mudar de ideal, quis apenas receber o dinheiro que Francisco gostaria de gastar com os pobres e com a igreja. Francisco resolve entregá-lo com amor, pois não era apegado a este bem. Vai ao bispo e renunciou a tudo, e sem mais, tira sua roupa e fica nu perante todos, livre assim a tudo que o prendia a seu pai terrestre. Foi assim que Francisco tratou de desprezar a própria vida mundana para encontrar como pobre a felicidade que tanto almejava.
Depois do fato ocorrido, Francisco, com roupas curtas, fora assaltado. Ao ver que nada possuía, os bandidos lhe deram uma surra e o jogaram em uma fossa cheia de neve, ao sair, ficou feliz e começou a cantar pelo bosque com louvores. Foi viver em um mosteiro, onde ganhou apenas uma túnica e um pouco de caldo sendo servente na cozinha. Saiu de lá por necessidade, e quando seu nome ficou famoso, os monges pediram desculpas pelo descaso.
Foi tranqüilo para um leprosário, lavando-os da podridão e limpando sua chagas. Esta deve ter sido uma das fases mais difíceis para ele, quando vivia em pecado, não suportava chegar perto de um leproso, depois de sua conversão, beijava as chagas como se fossem de Jesus. Não nos cabe aqui falar sobre todas as virtudes e milagres que são tantos, que poderíamos fazer um livro de muitas páginas.
Em janeiro de 1206 começa a reparação da capela de São Damião em 1208, também o de San Pietro e Santa Maria Degli Angeli ou Porciuncula, que era dos beneditinos e fora emprestada a Francisco onde passou a ser o berço de uma nova ordem. Neste tempo, muitos adeptos da nova filosofia resolveram segui-lo , os primeiros personagens são: frei Leão, frei Filipe, frei Câncava, frei Arlindo, frei Bernardo, frei Pedro, frei Rufino, frei Silvestre, frei Ângelo, frei Quirino, frei Tancredo, frei José, frei Luiz, frei Diogo, frei Egidio, frei Morico, frei João da Capela e frei Sabatino. Interessante dizer que o frei João da Capela abandonou a ordem nos primeiros meses por não conseguir manter a castidade.
Foram enviados 2 a 2 pelo mundo, foram caçados, mas sempre sofriam com alegria, que era a marca destes cordeiros de Deus. Francisco, ao ver o crescimento de sua ordem, escreve para si e para seus irmãos de ordem, uma regra usando expressões do evangelho e acrescentando pouca coisa. Levou-o para o papa Inocêncio III aprovar, este, não o quis receber. Mas depois de um sonho onde viu Francisco levantando o mundo, mandou chamar o Poverello para uma audiência e aprovou sua regra. Claro, sempre com interesses secundários.
Depois disto, muitas viagens, muitas conversões, muitas orações, e o poético Francisco ficava cada vez mais famoso, por onde passava, as pessoas queriam vê-lo, tocá-lo achando que conseguiriam curas e realizações de desejos. Chama a atenção a passagem quando ele começou a pregar e os pássaros vieram ouvi-lo, foi quando disse: "Passarinhos, meus irmãos, vocês devem sempre louvar ao seu Criador e amá-lo, porque lhes deu pena para vestir, asas para voar, e tudo que vocês precisam. Deus lhes deu um bom lugar entre as criaturas e lhes permitiu morar na preza do ar, embora não semeiem nem colham, não precisa se preocupar porque Ele protege e guarda vocês", e os pássaros ouviam com muita atenção. Outro fato foi quando domou apenas com o olhar humilde e algumas palavras um lobo feroz que assombrava um povoado. Estes fatos comprovam o amor que Francisco tinha pelos seres inferiores.
Em 1219, Francisco vai ao acampamento do sultão Melek-El-Kamel e tem entrevista com ele, mas apesar da boa intenção, tem pouco resultado. Francisco era frágil a doenças, pois seu corpo era muito maltratado, pois para ele, o corpo sujeito ao pecado deveria ser castigado. Mas sua principal cruz corporal era o problema do seu olho que quase o cegou. O Monte Alverne, situado nos Apeninos, banhado pelos rios Arno e Tibre, era envolvido em fluidos superiores, e lá Francisco refazia sua forças de vez em quando. Certa vez, Francisco ficou lá por 15 dias sem comer e sem beber, alguns dizem que o Arcanjo Miguel aparecia a Francisco com freqüência. Filipe, preocupado, foi a borda da caverna onde se encontrava o Poverello e os outros ficaram orando para não interrompê-lo na sua graça. De Francisco saía uma luz dourada, Filipe ajoelhou-se e chorando orou, alguns fiéis que chegaram devido a demora fizeram o mesmo e Francisco falou as palavras que devemos repetir a cada cumprimento: - Que a paz de Deus esteja convosco.
Em uma noite memorável, quando pediu humildemente a Jesus, que, mesmo não merecendo tanta glória, se fosse da vontade Divina, que as chagas imortalizadas pelo Mestre tomasse conta de seu maltratado corpo. Acordou então com chagas nos pés e nas mãos. Depois disto, aconteceram outros milagres e cura. Em 3 de outubro de 1226, num Sábado, com 45 anos, o planeta perde o seu maior representante divino, cantando "mortem suscept". Ao desencarnar, segundo a visão espirita, ele lembrou-se de Clara, seu grande amor espiritual e a visitou em espírito, como último desejo e ascendeu as alturas, Frei Rogério viu tudo com nitidez. Francisco viu então uma fila de anjos batendo palmas e Jesus no centro, o Poverello aproximou-se chorando como criança e falou ao Mestre: "Mestre, se porventura mereço a tua benção, que ela seja dada aos companheiros que ficam no mundo. Eles carecem da Tua ajuda agora e sempre."






segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Semana de Comemoração para os Espíritas

                                                                     Allan Kardec


Aniversário de Allan Kardec

Neste 3 de outubro de 2011, comemoramos o  207°aniversário de nascimento de Allan Kardec, o codificador das instruções dos Espíritos amigos para a formatação da Doutrina Espírita.
Nascido Hippolyte Léon Denizard Rivail, o nobre pedagogo francês é mais do que credor de nossa lembrança e reconhecimento pela vida e obra.
Aliás, para conhecer melhor as realizações desse personagem ímpar na História da Humanidade – a quem a Historiografia deve muito –, recomendamos a todos a 4ª videoaula da série "Aprendendo Espiritismo": "Allan Kardec, o codificador".
Confira pelo link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=J2Strn9_UjU&feature=player_embedded



E  para comemorar esta data tão especial será neste dia 07/10 o lançamento do filme que foi inspirado na maior Obra de Allan Kardec o Livro dos Espíritos .



Ismael Alonso Y Alonso e João Berbel

Dr. Alonso

Pescador de Almas

dralonsoHá mais de um século, em 1896, chegaram às terras brasileiras o casal Rosa e Maximino Alonso, vindos da Espanha. Aportaram nas terras mineiras de Uberaba, Minas Gerais. Bem próximo dali está a localidade de Peirópolis, onde em 30 de dezembro de 1908 nasceu, desse casal de ibéricos aquele que chamou Ismael Alonso Y Alonso. Ali a vida era difícil e para trilhar os primeiros passos dos estudos das letras, Ismael teve de enfrentar muitos obstáculos. As ocupações simples e duras da vida rural, o trabalho árduo com a terra bruta e o gado leiteiro, forjou o pequeno Ismael que cresceu, sob os efeitos da dureza da existência, do trabalho honesto, fazendo assim o caráter marcante desse espírito. Viveu tempo de dificuldades, sacrifícios, fome, privações de toda ordem.

Mudando para Ribeirão Preto/SP diplomou-se no curso ginasial em 1925. Em 1928 serviu o Exército. Em 1929 enfrentou um curso superior. Estudou Farmácia em Pindamonhangaba. Em 1934 tornou-se médico pela Faculdade Fluminense de Medicina, cuja formatura foi em dezembro do mesmo ano. Sua constância em torno do aperfeiçoamento na ciência de curar permitiu-lhe especializações nas áreas clínicas médicas de dermatologia, urologia, sífilis, etc. Tornando-se médico residente e assistente em várias clínicas do Rio de Janeiro.
Em 1939 casou-se com sua prima Esmeralda Domingues Alonso. Tiveram dois filhos: Mísia e Sérgio. A vinda de Dr. Alonso para Franca selou com seu povo um vínculo perene, inextinguível. Nessa época ele clinicava em Uberaba e o Dr. Ricardo Pinho convidou-o a instalar-se como médico na terra das três colinas. Esta recebeu assim em 02 de julho de 1939, aquele que seria um dos homens públicos mais afamados e queridos. A atuação médica de Dr. Alonso extinguiu muitas dores, aliviou um contingente enorme de desfavorecidos pela sorte, levantou muitos caídos pelos ínvios caminhos da existência, ao peso dos infortúnios e desesperanças.
Fazia o que podia por todos e hoje comenta lamentando, de como podia fazer muito pouco, nos casos de obsessão que se lhe apresentavam e cujos conceitos eram quase desconhecidos, impedindo assim a ação saneadora tão desejável. Sua permanência em Franca por 25 anos, ou seja, até o seu desencarne em 23 de março de 1964, assinalou uma existência de muito trabalho: assumiu a direção da Santa Casa e a presidência do Centro Médico; chefiou o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU); atendeu no IAPI E IAPC, etc. IMA001p
Homem público extremamente ativo e participante assumiu a prefeitura de Franca nos anos de 1952 a 1954 e integrou no corpo de vereadores de 1955 a 1958. Na qualidade de Prefeito, sua atuação foi excepcional. Abriu e asfaltou vias públicas; criou Antigo Horto Florestal (atual Jardim Zoobotânico de Franca), conforme  lei Municipal  nr 269 de 10/12/52, Situa-se na Fazenda Pouso Alto propriedade da Prefeitura Municipal, compreendendo uma vasta área de terras e de mata nativa, com objetivo de cultivar mudas de árvores frutiferas, floricultura ornamental e distribuir mudas para população; expandiu a planta física de obras do município e consagrou-se de corpo e alma ao setor de saúde, área de muita conscientização profissional; criou a representação do PTB em Franca. Homem do povo, médico dos empobrecidos e esquecidos, sua aura carismática insuflava admiração em todos. Muito bem educado e fino, tratava a todos com muita polidez e delicadeza.
Dr. Alonso, quando encarnado, não deixou de sentir, no desenrolar de sua existência humanitária, a mão do Alto guiando a sua ao clinicar e diagnosticar, inspirando-o ainda à assistência fraterna e gratuita dos enfermos que lhe batiam súplices à porta. Agora, em que ele do Além está ainda em contato estreitíssimo com a população de Franca, através do médium João Berbel, suas exortações sinceras dizem-nos que a reforma íntima do homem deve ser recebida como extensão de seu trabalho terrestre. De médicos de homens a médico de almas, o trabalho é o mesmo. De um plano a outro, de uma esfera a outra, o trabalho flui e se sublima. De cirurgias físicas a cirurgias fluídicas, a evolução natural do labor caritativo. É propósito maior de Dr. Alonso, ainda hoje: curar almas, elevando a força do Evangelho de Jesus acima de todas as técnicas. Hoje, nosso caro irmão Dr. Alonso, que quando entre nós gostava de pescar, transformou seu lazer preferido numa preocupação evolutiva que extrapolou o seu ego: tornou-se pescador de almas.



João Berbel

O Homem, A Missão
joao_berbelHá décadas, na Fazenda Monte alegre, instalou-se em moradia o casal José Júlio e Delmira Quirino. Ele espanhol da família Berbel, vinha da província argentina de Córdoba, onde vivera provisoriamente, até que foi atraído para o Brasil e escolheu a vida difícil do campo, ao lado da brasileira Delmira. Foi uma época de muitas dificuldades, para quem vivia no trabalho agrícola de sol a sol e tinha uma família numerosa de seis filhos.
Em 30 de agosto de 1955 nasceu o pequenino João. Desde pequeno, partilhando as agruras e penúrias financeiras ao lado dos familiares, trabalhava para ajudar nos pequenos serviços. Desse tempo de infância João tem poucas lembranças, mas não pode esquecer de seu avô que, embora inculto e católico, diagnosticava os males das pessoas. Ele advinhava como ninguém, o local e o tipo de enfermidade que se ocultava nas pessoas. Tais dons não passavam desapercebidos pelos pais de João. Eles católicos convictos, sempre com um terço nas mãos, não eram simpáticos a essas advinhações, com certo sabor infernal, conforme consideravam nos meios rurais, qualquer manifestação paranormal. IMA414p
Em algumas regiões desse Brasil sempre existiu a figura do benzedor e da benzedeira. Eram figuras respeitáveis, pontes luminosas entre o céu e a terra, seres respeitáveis; figuras de solidez de espírito, que com santa singeleza, sabem entender a linguagem dos céus. Os pais de João, muito católicos, vez por outra recorriam a esses benzedores, herdeiros da sabedoria prática de seus ancestrais. O pequeno João era totalmente avesso a quaisquer dessas práticas alheias à religião de seus pais. No seu fervor católico, ele recriminava a todos que, mesmo de longe, dessem qualquer valor e atenção a essas ações beneméritas e considerava tudo como feitiçaria. Não podia ouvir falar de Espiritismo. Mas como o destino nos prega peças todos os dias, às vezes promovendo completa e repentina reviravolta em nossas vidas, à nossa revelia, mais tarde João se tornaria, além de fervoroso espírita, também um atuante médium. E o destino foi até mais irônico e fez com que os esteios técnicos de seu labor de cura em benefício dos sofredores sejam as milagreiras ervas do sertão, que ele tanto abominava nos benzedores. Nosso frágil João cresceu e alcançou o diploma escolar, fez mais um ano e parou por aí. É que em breve, iria provar as primeiras gotas amargas daquela água encantada, que ele não queria beber. Alguns anos mais tarde, mais precisamente aos 17 anos, João reconheceu-se um epiléptico. Que triste quadro ver-se a si mesmo sendo alvo do desprezo irreprimível da multidão. Devagar, com trabalho bendito e o auxílio de medicamentos, conseguiu ele finalmente controlar a epilepsia. Corria o ano de 1976 quando conheceu Arlete, sua companheira dedicada até hoje e com quem se casou em 12 de maio de 1979. Nesse período, fenômenos medianímicos insistiram em se manifestar. Depois que passou a freqüentar os trabalhos da Liga Espírita D’Oeste, no Bairro da Estação em Franca/SP, viu surgir a mediunidade de incorporação e então não teve como fugir. O problema epiléptico foi superado com a admissão consciente da mediunidade. A partir daí sua vida mudou. Iniciou então um trabalho, fazendo fluir para si e seus semelhantes a água da vida espiritual. Certa feita sua esposa Arlete estava com cólica renal, causando sérias preocupações. Inesperadamente João incorporou o espírito de Dr. Alonso, foi até à cozinha, tomou de uma faca e ali mesmo operou Arlete, sem nenhum corte, dor ou ferimento. A cura completou-se com a ingestão de remédios e ervas, prescritas também pelo Dr. Alonso, espírito


Algumas obras de "Berbel, João" na loja:

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Saiu na Revista


A revista “Veja” desta semana mostra o ator Reynaldo Gianecchini com a cabeça raspada. Segundo a edição, ele tem recorrido ao auxílio espiritual na luta contra um câncer.
Giane vem se submetendo a cirurgias espirituais. Essa semana o ator foi fotografado de frente, com a cabeça raspada.
O texto da revista revela que o ator vem sendo operado pelo médium João Berbel, do Instituto de Medicina do Além. Ainda de acordo com a “Veja”, Berbel incorpora o espírito do clínico geral Ismael Alonso y Alonso, morto em 1964.
“Eu estou muito forte, e boa parte dessa força vem do amor e do carinho que estou recebendo das pessoas, pelas mensagens, pelas flores, por tudo. Eu estou realmente tocado por isso”, disse Reynaldo quando recebeu alta do hospital.
O ator foi diagnosticado com linfoma do tipo não Hodgkin, um tumor que atinge os gânglios linfáticos.
Confira a capa da nova edição da revista “Veja” desta semana:

Desde que descobriu ter um câncer, Reynaldo Gianecchini (38) está aliando o tratamento convencional com médicos do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com um espiritual, desenvolvido pelo médium João Berbel. O ator é portador de um linfoma não-Hodgkin de células T Angioimunoblástico
Em entrevista à CARAS Online, Berbel afirmou que, no momento, está atendendo o ator à distância. “Mas tivemos a oportunidade de atendê-lo por duas vezes no hospital em São Paulo”, explicou Berbel, que, dentre outros, recebe o espírito do médico Ismael Alonso y Alonso para atender as pessoas que o consultam no Instituto de Medicina do Além (IMA), em Franca, interior de São Paulo.
Segundo o médium, a recuperação do ator está evoluindo. “A recuperação do nosso irmão, graças a Deus, está sendo muito boa, pois, tanto nós, como todo o Brasil e todas as religiões estão orando por ele, e ele está recebendo uma energia espiritual muito grande, o que ajuda em sua recuperação”, explicou Berbel, que também atende o pai de Gianecchini, o professor Reynaldo Cisoto, que sofre com um câncer no trato digestivo.
“Há algum tempo os parentes e amigos do Gianecchini vêm ao IMA para fazer tratamento. O pai dele também vem fazendo tratamento no IMA”, completou Berbel, que descobriu o dom da mediunidade há cerca de 22 anos.
A cirurgia espiritual
De acordo com Berbel, a operação é realizada no corpo espiritual, onde ficam todas as doenças e enfermidades. “Essas enfermidades que nós carregamos de vidas passadas, aos poucos vão atuando no corpo físico, até levarem a grandes complicações”, explica o médium, acrescentando que, “primeiro, o espírito do dr. Alonso procura curar as doenças que estão na alma”.
“Nós utilizamos um cabo de bisturi sem lâmina como um amuleto para atender mais rápido os nossos irmãos, milhares de enfermos que batem em nossa porta. Não existe corte. O procedimento é feito com muito amor e carinho para ajudar nossos irmãos necessitados”, completa Berbel, esclarecendo que a operação espiritual demora poucos segundos.
Gianecchini já raspou a cabeça e ficou careca, por conta do tratamento quimioterápico. Ele se mantém recluso em seu apartamento em São Paulo.

 

Revista Superinteressante e a ciência espírita
O título da matéria principal da mais nova edição da Revista SuperInteressante é Ciência Espírita. Confira o texto da capa: “Eles são cientistas. E eles acreditam em espíritos e reencarnação. Agora, estão usando o laboratório para provar que tudo isso não é apenas questão de fé. E dizem que estão conseguindo.”





Além do corpoA medicina espiritual desperta cada vez mais interesse.
Dois eventos científicos serão realizados para discutir
o tema, enquanto centros espíritas que oferecem
tratamento estão lotados

Nesta semana, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – uma das mais importantes da América Latina – será sede de um encontro que, anos atrás, dificilmente ocorreria em suas instalações. No sábado 31, médicos, estudantes e outros profissionais da saúde estarão reunidos em um dos auditórios da instituição para participar do 1º Simpósio de Medicina e Espiritualidade, organizado pela Associação Médico-Espírita de São Paulo. O objetivo do encontro é fazer uma revisão da literatura científica sobre o tema e confeccionar uma proposta de inclusão da disciplina “medicina e espiritualidade” no currículo das escolas médicas. A realização do evento dentro da USP é sintomática. Mostra que a comunidade científica começa a se abrir para o estudo dos fenômenos que envolvem a crença em um mundo espiritual e suas repercussões na saúde.
Outra evidência da crescente importância do tema será a realização, também na capital paulista, em junho, do IV Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita do Brasil. O encontro reunirá 2,5 mil profissionais brasileiros e do Exterior. O evento trará cientistas de instituições estrangeiras respeitadas, como o médico Harold Koenig, diretor do Centro para o Estudo da Religião/Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke (EUA). Boa parte dos especialistas estrangeiros não segue o espiritismo, doutrina que conta com mais de dois milhões de adeptos no Brasil. Ela é baseada na crença da existência e imortalidade de espíritos, na sua capacidade de influenciar a vida e a saúde dos habitantes na Terra e na possibilidade de comunicação com eles.
Mágoas – A realização dos eventos é apenas uma mostra do crescimento da medicina espírita no Brasil. Outra prova da sua força é o aumento do número de associações médico-espíritas. Em 1995, existiam nove entidades. Hoje, são 30. Essas entidades reúnem profissionais que praticam a medicina convencional, mas usam sua crença para tentar melhorar a saúde do paciente que quiser receber esse atendimento. De acordo com eles, o organismo pode ser influenciado por espíritos que partiram da Terra – chamados de desencarnados – ou por pensamentos das próprias pessoas. “Indivíduos que guardam mágoas, por exemplo, sofrem alterações químicas que podem levar ao aparecimento de doenças ou ao seu agravamento”, diz Kátia Marabuco, oncologista da Universidade Federal do Piauí. “Nós, espíritas, também acreditamos que as pessoas negativas podem atrair espíritos desencarnados que contribuem para o surgimento de desequilíbrios físicos e mentais”, explica. A tática dos profissionais que seguem a doutrina é adotar medidas preconizadas pelo espiritismo para reverter esses quadros. Uma delas é fazer a aplicação de passes (imposição de mãos para energização e transferência de bons fluidos). Foi dessa forma que a paisagista paulistana Celeste Nardi, 62 anos, se tratou de depressão e outros problemas. Há quatro anos, frequenta uma clínica onde recebe atendimento psicológico e espiritual. Hoje, Celeste está bem. Para ajudar outros pacientes, ela aprendeu a aplicar o passe. “Quem passou por uma situação semelhante transmite uma energia de cura para quem necessita”, diz.
Essas práticas também fazem parte do tratamento aplicado nos hospitais espíritas existentes no País. Hoje, há 100 instituições do gênero. São entidades que oferecem atendimento espiritual gratuito. A maioria delas é destinada à assistência psiquiátrica. Nesses locais, o doente é submetido ao tratamento tradicional – o que inclui remédios e terapia psicológica – e, se desejar, cuida do espírito. Uma dessas instituições é a Fundação Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, em Guarulhos (SP). Na instituição moram cerca de 700 portadores de deficiências mentais e outros 500 são atendidos no ambulatório. A maior parte nasceu com paralisia cerebral.
Tese – O psiquiatra Frederico Leão é um dos médicos da fundação. Surpreso diante da evolução de doentes que combinavam o atendimento espiritual e o convencional, ele está fazendo uma tese de mestrado sobre o assunto, que será defendida na USP. “Vi casos em que, quando os doentes se submetiam ao tratamento médico e espiritual, tinham uma evolução boa”, conta. Um dos casos é o do paciente Lúcio (nome fictício), 30 anos, que nasceu com paralisia cerebral. Ele não se expressa direito e se locomove numa cadeira de rodas. Há cinco anos, passou a ficar inquieto e manchas escuras apareceram em sua pele. “Os médicos fizeram de tudo e nada adiantou”, lembra-se Márcia Lopes, psicóloga da instituição. Continuaram com os remédios, mas também aplicaram o passe. Os sintomas desapareceram.
Outra instituição é o Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, de Curitiba. Lá, os médicos também adotam uma prática da doutrina que ajudaria no tratamento. São as sessões de “desobsessão”, reuniões nas quais médiuns (pessoas por meio das quais os espíritos se manifestariam) serviriam como instrumento para que espíritos que estão atormentando o doente se comunicassem e fossem convencidos a deixá-lo em paz. “Quando isso acontece, o paciente fica mais calmo e seu estado clínico melhora”, garante o psicólogo Mário Sérgio Silveira, da instituição. O Hospital Espírita André Luiz, de Belo Horizonte, também usa o tratamento de “desobsessão”. “Em casos difíceis de esquizofrenia, por exemplo, fazemos essa recomendação”, afirma Roberto Lúcio de Souza, psiquiatra e diretor da instituição. Em nenhum desses locais, no entanto, deixa-se a terapia convencional de lado. “O tratamento espírita é complementar e não alternativo. Quem passa pelo atendimento, para qualquer doença, não pode deixar de tomar os remédios”, alerta Marlene Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil.
Além dos hospitais, outros lugares bastante procurados para tratamento espiritual são os centros espíritas. Uma das maiores referências é o Lar de Frei Luiz, no Rio de Janeiro. A instituição conta com 800 médiuns e recebe cerca de quatro mil visitantes em cada um dos dias de atendimento (quarta-feira e domingo). Há 12 anos, essa média era de 800 pessoas. Todos buscam curas físicas, espirituais ou algum consolo. Há salas de cura, de “desobsessão” e de passes. Uma das histórias mais incríveis relacionadas ao centro foi a do compositor Tom Jobim (1927-1994). Quando se submetia a tratamentos convencionais para tratar um câncer de bexiga, Tom esteve duas vezes no Frei Luiz. Na véspera de viajar para Nova York, em 1994, quando morreu de parada cardíaca no Hospital Mount Sinai, o músico conversou com Ronaldo Gazolla, já falecido, na época presidente do centro. Tom estava na dúvida se viajava e quis saber a opinião de Gazolla. O médico desconversou, não queria influenciar o maestro, embora soubesse que os espíritos já o consideravam curado. “Mas se fosse com você?”, insistiu Tom. “Se fosse eu, não iria”, recomendou Gazolla. Não se sabe o que teria acontecido ao compositor se ele tivesse ouvido o conselho, mas com certeza não teria morrido na mesa de cirurgia. Ana Lontra Jobim, viúva do músico, fala do assunto com reserva. “Quando esteve lá, ele saiu mais aliviado”, conta. A farmacêutica Helena Gazolla, viúva de Ronaldo Gazolla, que assumiu a presidência da instituição, explica que, se ocorreram curas, são consequência do merecimento dos doentes. “A pessoa se cura por meio de sua fé. Os médiuns são apenas um canal de energia para ajudar na recuperação de cada um”, diz.
Um dos atendimentos mais importantes e incomuns em centros
espíritas, oferecido pelo Lar de Frei Luiz, são as sessões de materialização, nas quais os espíritos poderiam ser vistos. A matéria-prima que daria forma física ao espírito é chamada de ectoplasma (substância que, de acordo com o espiritismo, seria liberada pelos médiuns para possibilitar a materialização das almas). Nessas reuniões, ocorrem também cirurgias espirituais, feitas por espíritos desencarnados que usariam o corpo do médium.
Cirurgia – Em Leme, no interior de São Paulo, há outro centro famoso pelas cirurgias. É a instituição comandada pelo médium Waldemar Coelho, 65 anos, que realiza essas operações há quatro décadas. “Curamos o corpo quando o problema é material e o espírito quando o problema é um carma”, garante. Dois espíritos se manifestariam por meio de Waldemar – um chinês e um médico austríaco. Seriam eles que, sem nenhum corte ou sangue, operariam as pessoas de câncer, diabete e dor nas costas, entre outros males. Cerca de 300 pessoas são atendidas por semana. A fila de espera é de um mês. O procedimento é feito num quarto reservado, na presença do médium e de seus ajudantes.
Na verdade, a cirurgia espiritual não é consenso entre os espíritas. Muitos acreditam que a prática dá margem ao charlatanismo e não deveria ser realizada. De qualquer forma, o fenômeno da medicina espírita intriga a ciência e tem suscitado a realização de estudos. Um deles foi feito no Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Hospital das Clínicas de São Paulo, vinculado à Faculdade de Medicina da USP. Os cientistas acompanharam o trabalho de um famoso cirurgião espiritual de Goiás em seis pacientes. Eles verificaram que, embora não tivesse sido dada anestesia, praticamente não houve queixa de dor. Também não havia assepsia, mas nenhum doente teve infecção no período observado (quatro dias). “Houve intervenção na região afetada, mas não podemos garantir que funcionou”, observa o psiquiatra Alexander Almeida, coordenador do núcleo. Outro médico que também faz pesquisas é o psiquiatra Sérgio Felipe de Oliveira, presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo. “Há evidências suficientes para que a ciência se interesse pelo assunto. Na minha clínica, observo que quem recebe atendimento médico e espiritual toma menos remédios e adere melhor ao tratamento em relação aos que só passam pela consulta”, afirma.
Pesquisa – Oliveira é um dos cientistas que defendem o aprofundamento das investigações sobre a medicina e a espiritualidade, até para que seja possível encontrar a resposta para os casos bem-sucedidos desse casamento. A idéia é estudar não só os efeitos das práticas espíritas, mas o poder da oração e da fé, por exemplo. Essa proposta já é seguida por instituições estrangeiras. Alguns cientistas chegaram a conclusões interessantes. “A religiosidade fortalece o sistema de defesa dos pacientes”, disse a ISTOÉ Harold Koenig, da Universidade de Duke. Porém, nem sempre os tratamentos que unem medicina e religiosidade, inclusive o espiritismo, têm final feliz. Por isso, muitos cientistas vêem com reservas essa relação. O psiquiatra Richard Sloan, da Universidade de Columbia (EUA), é radical. “Os estudos feitos até agora são fracos. Não mostram evidências de que a espiritualidade pode ajudar no tratamento”, disse a ISTOÉ. Para o infectologista Caio Rosenthal, de São Paulo, não cabe ao médico entrar nessa área. “Ele deve se ater àquilo que é comprovado pela ciência”, defende. Já o Conselho Federal de Medicina não critica os médicos que estimulam a prática religiosa a seus pacientes. “Mas somos contra as pessoas que praticam a medicina sem ser médicos, como as que realizam as cirurgias espirituais”, avisa Luiz Salvador de Miranda Sá Júnior, primeiro secretário do CFM.
Há cinco anos, a católica Maria de Lourdes Bueno da Silva, 60 anos, moradora de Leme (interior paulista), descobriu um câncer de mama. Muito assustada com a doença, ela resolveu tratar não só do corpo como também do espírito. Foi por isso que fez uma cirurgia espiritual logo após a operação para a retirada do nódulo. “Cuidar de mim de uma forma completa me fez muito bem”, lembra. Concluída a operação no
centro espírita de Waldemar Coelho, Maria de Lourdes se sentiu fortalecida. “O médium me disse que fosse embora tranquila, pois estava curada”, comenta. Dias depois, ela se submeteu a outra intervenção, desta vez tradicional, para retirar tecidos da região afetada e, assim, garantir que o câncer não reaparecesse. Maria de Lourdes assegura que naquele momento já estava mais segura. “O apoio do meu médico e da minha família para que eu fizesse a cirurgia espiritual foi fundamental”, completa.”
A treinadora do Flamengo e deputada estadual Georgette Vidor (PP), 45 anos, ficou paraplégica após um acidente de ônibus em maio de 1997. Dois anos depois, decidiu dar mais atenção à sua espiritualidade. “Comecei a receber passes. Não achava que aquilo iria me tirar da cadeira de rodas. Queria me tornar uma pessoa melhor”, explica. Mesmo com toda a adrenalina de treinadora, ela dava um jeito de não faltar às sessões. Mas, depois que começou a campanha para deputada, em 2002, não deu mais. “Sinto uma falta danada”, comenta, lembrando-se com carinho dos círculos em que as pessoas — muitas delas em cadeiras de roda, como ela — se davam as mãos. Embora lamente o acidente até hoje, admite que conseguiu o objetivo de se aprimorar. “Meus amigos até me dizem que eu era muito carrancuda e fiquei mais bonita”, festeja.”
Há nove anos, a feirante Conceição (nome fictício), 39 anos, descobriu que era soropositiva. Desde então, toma os remédios anti-Aids e há quatro anos frequenta uma clínica que oferece apoio psicológico e espiritual. Ela recebe passes e reza. Recentemente, Conceição precisou de mais ajuda. Em 2001, engravidou. Ela não sabia que o bebê corria o risco de ser contaminado e deveria se submeter a um tratamento médico rigoroso para diminuir essa possibilidade. Quando a criança nasceu, exames mostraram que o
bebê poderia ser portador do HIV porque apresentava anticorpos contra o vírus.“Só não fiz uma loucura porque me apeguei ao atendimento espírita”, conta. Na semana passada, ela teve uma
boa notícia. Os médicos disseram que seu filho, de quase dois anos, está livre do vírus. Ele tinha no organismo apenas os anticorpos, passados pela mãe.”
Desde 1995, Elba Ramalho, 51 anos, é frequentadora assídua
do centro espírita Lar de Frei Luiz, no Rio. A cantora já fez diversos tratamentos. Numa ocasião, sentiu pontadas estranhas na região do fígado. Elba foi operada em uma sessão de materialização – em que um espírito se materializa, segundo a doutrina espírita. No Frei Luiz, o principal médico a realizar esses trabalhos é o espírito do doutor Frederick, um alemão nazista que viria do além para limpar seu carma. “Ele abriu minha barriga inteira com seu dedo. Jorrava sangue. Disse que eu tinha uma carga muito grande nessa região, que poderia se transformar em doença no futuro próximo”, recorda-se. Elba afirma que recorre ao centro não apenas em busca de cura física e espiritual. “Frei Luiz me dá proteção, equilíbrio e muita paz”, diz.”
Em 1992, o agricultor paulista Ricardo Hildebrand, 52 anos, católico, descobriu que tinha dois tumores no cérebro. Atendido num hospital de Campinas (SP), apenas um tumor foi retirado. O outro estava localizado numa região considerada delicada. Abalado, Hildebrand recorreu a um centro para fazer uma cirurgia espiritual. “Era minha última chance. Tinha que dar certo e eu sentia que daria, apesar de não saber como”, conta. Após ter feito a operação, ele se submeteu a uma tomografia. “Levei o novo exame ao especialista e não lhe falei sobre a cirurgia. Ele analisou o resultado junto com outros colegas. No final, disse-me que o tumor tinha desaparecido e que eu estava curado. O médico não conseguia explicar o que aconteceu”, lembra-se. O agricultor reconhece que é normal desconfiar da veracidade de sua história. “Só acredito porque aconteceu comigo.””


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Saiu na Revista .

Médiuns: O que a ciência tem a dizer sobre a mediunidade?

Os cientistas acreditam que o cérebro explica a mediunidade, mas não saberm dizer como.

De repente, coisas estranhas ocorrem. A pessoa vê vultos inexplicáveis, ouve vozes de gente que não aparece ou faz previsões que, de tão acertadas, não parecem ser apenas coincidência.

Depois dos momentos de susto, chega a hora de deixar de negar o fenômeno e tentar conviver com ele.

Os brasileiros que acreditam ter dons mediúnicos geralmente procuram centros espíritas há 14 mil deles no país e acabam conhecendo gente com histórias parecidas. "Mas, quando a mediunidade é exuberante, você não pode evitá-la" , diz Marta Antunes, diretora da Federação Espírita Brasileira.

As imagens de espíritos ou a inspiração para escrever uma carta costumam aparecer do nada, como um déjà vu, na hora em que a pessoa menos espera. É como dizia o médium Chico Xavier: "O telefone toca sempre de lá para cá".

Na tentativa de ligar daqui para lá, muitas religiões do planeta criam rituais e provocam um momento de êxtase: o transe. Para os médiuns, o transe é o ponto alto de sua habilidade, quando conseguem incorporar um espírito.

Já para os psiquiatras, é um estado alterado de consciência, assim como a hipnose, que se atinge após um longo processo de concentração. Rituais com danças frenéticas, mantras, estímulos luminosos, jejum prolongado e até plantas alucinógenas fariam o participante sair de si.

Uma boa forma de desvendar a mediunidade é entender como rituais levam ao transe e como o transe resulta nos relatos de contato com os espíritos. Por isso, os cientistas tentam estudar o que acontece no cérebro durante esse momento único.

A busca tem duas frentes. Numa delas há espíritas que tentam explicar e comprovar cientificamente a mediunidade. É o caso do psiquiatra Sérgio Felipe Oliveira, professor de medicina e espiritualidade da USP e membro da Associação Médico-Espírita de São Paulo.

Segundo ele, a glândula pineal é a responsável pela interatividade com o mundo dos espíritos. Do tamanho de uma ervilha, a pineal fica no centro do cérebro e produz a melatonina, hormônio que regula o sono. "É um órgão sensorial capaz de converter ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos", diz. Oliveira acredita que as pessoas que dizem sofrer possessões têm na pineal uma quantidade maior de cristais de apatita, um mineral parecido com o esmalte dentário. Quanto mais cristais, maior seria a sensibilidade espiritual.




O poder dos médiuns

Como a ciência justifica as manifestações de contato com espíritos e por que algumas pessoas desenvolvem o dom
por Suzane Frutuoso fotos Murillo Constantino
O espiritismo é seguido por 30 milhões de pessoas no mundo. O Brasil é a maior nação espírita do planeta. São 20 milhões de adeptos e simpatizantes, segundo a Federação Espírita Brasileira no último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2,3 milhões declararam seguir os preceitos do francês Allan Kardec, o fundador da doutrina. A mediunidade, popularizada pelas psicografias de Chico Xavier, em Uberaba (MG), ganhou visibilidade nos últimos anos na mesma proporção em que cresceu o espiritismo. Mas nada se compara ao poder da mídia atual, que permite debater os ensinamentos da religião por meio de livros, programas de tevê e rádio. Os romances com temática espiritualista de Zíbia Gasparetto, por exemplo, são presença constante nas listas de mais vendidos.
Embora não haja estatísticas de quantos entre os praticantes são médiuns, o que se observa é uma quantidade maior de pessoas que afirmam possuir o dom. O interesse pela religião codificada por Kardec é confirmado pelo recorde de público do filme Bezerra de Menezes o diário de um espírito, do cineasta Glauber Filho: 250 mil espectadores, desde o lançamento nos cinemas, em 29 de agosto. Um número alto para uma produção nacional. O longa, com o ator Carlos Vereza (também praticante do espiritismo) no papel-título, conta a história do cearense que ficou conhecido como “médico dos pobres”, se tornou ícone da doutrina e orienta médiuns em centenas de centros a se dedicar ao bem e à caridade.
PSICOGRAFIA
Instrumento por meio dos livros

A psicóloga Marilusa Vasconcelos, 65 anos, de São Paulo, é conhecida no espiritismo pela sua vasta literatura psicografada. Em 40 anos de dedicação à mediunidade, publicou 61 livros. Seu orientador é o espírito do poeta Tomás Antonio Gonzaga, que participou da Inconfidência Mineira. A dedicação à psicografia levou Marilusa a fundar em 1985 a Editora Espírita Radhu, sigla para renúncia, abnegação, desprendimento e humildade, a base dos ensinamentos na doutrina. Ela reúne outros dons, como ouvir, falar e enxergar espíritos e ser instrumento deles na pintura mediúnica. “Os vários tipos surgiram desde a infância”, conta Marilusa, que nasceu numa família espírita. “O controle da mediunidade é indispensável. O médium não é joguete do espírito. Eles interagem, num acordo mútuo de tarefa.”

Os espíritas dizem que todas as pessoas têm algum grau de mediunidade. Qualquer um seria capaz de emitir pensamentos em forma de ondas eletromagnéticas que chegariam a outros planos. O que torna algumas pessoas especiais, segundo os praticantes, a ponto de se transformarem em canais de comunicação com os mortos, é uma missão designada antes mesmo de nascerem, determinada por ações em vidas anteriores e que tem na caridade o objetivo final. “É uma tarefa em favor da evolução de si mesmo e da ajuda ao próximo”, diz Julia Nesu, diretora do departamento de doutrina da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. Fenômenos relacionados a pessoas que falavam com mortos e envolvendo objetos que se mexiam são relatados desde o século XVII, tanto na Europa quanto nas Américas, mas hoje cientistas tentam compreender o fenômeno. Algumas linhas de pesquisa mostram que o cérebro dos médiuns é diferente dos demais.

São cinco os meios de expressão da mediunidade. 

A psicografia, que consagrou Chico Xavier, é a mais conhecida. Nela, o médium escreve mensagens e histórias que recebe de espíritos. Estaria sob o controle deles o que as mãos transcrevem. 

A vidência permite enxergar os mortos que não conseguiram se desvencilhar da Terra ao não aceitarem a morte ou que aparecem para enviar recados a entes queridos. 

Na psicofonia, o sensitivo é capaz de ouvir e reproduzir o que os espíritos dizem e pedem. 

A psicopictografia, ou pintura mediúnica, permite ao médium ser instrumento de artistas desencarnados (termo usado pela doutrina para designar mortos). 

A mediunidade da cura é responsável pelas chamadas cirurgias espirituais. Não é incomum um mesmo indivíduo reunir mais de um tipo de dom.
VIDÊNCIA
Ver e auxiliar aqueles que estão em outro plano

Aos cinco anos, o chefe de faturamento hospitalar Ivanildo Protázio, de São Paulo, 49 anos, pegava no sono com o carinho nos cabelos que uma senhora lhe fazia todas as noites. Descobriu tempos depois que era a avó, morta anos antes. Aos 19 anos, os espíritos já se materializavam para ele.“Nunca tive medo. Sempre me pareceu natural.” A mãe, que trabalhava na Federação Espírita, o encaminhou para as aulas em que aprenderia a lidar com o dom. Hoje, Protázio é professor de educação mediúnica. Essa é uma parte da sua missão. A outra é orientar os espíritos que lhe pedem auxílio para entender o que aconteceu com eles. A oração é o remédio. “Os espíritos superiores me ensinaram a importância da caridade para nossa própria evolução.”

A reportagem de ISTOÉ presenciou uma manifestação mediúnica em Indaiatuba, interior de São Paulo. O tom de voz baixo e os gestos delicados de Solange Giro, 46 anos, sugeriam que ela carrega certa timidez ao expor a própria vida numa conversa com um estranho. Cerca de duas horas depois, porém, é difícil acreditar no que os olhos vêem. Diante de uma tela em branco, sobre uma mesa improvisada com dezenas de tubos de tinta, a mulher começa a pintar um quadro na seqüência de outro. O tempo gasto em cada um não passa de nove minutos. As obras são coloridas e harmoniosas. “Nunca fiz aula de artes. Mal conseguia ajudar meus filhos com os desenhos da escola”, diz, minutos antes da apresentação. A discreta Solange dá lugar a uma pessoa que fala alto, canta e encara os interlocutores nos olhos, com ar desafiador. A assinatura nas telas não leva seu nome, mas de artistas famosos e já mortos , como Monet, Mondrian e Tarsila do Amaral. Seria uma interpretação digna de uma atriz? Talvez. O que difere o momento de uma encenação é subjetivo e dá margem a dezenas de explicações convincentes ou não. Talvez seja possível encontrar respostas no que a artista diz a cada uma das pessoas da platéia presenteadas com um dos dez quadros produzidos na noite. Enquanto entregava a obra, ela desferia características e situações de vida de cada um absolutamente desconhecidas dela. O mentor que a guia é o médico holandês Ernst, que viveu no século XVII. A sensitiva garante que era ele, não ela, quem estava presente na pintura dos quadros.

Nem sempre é fácil aceitar a mediunidade, que pode causar medo quando começa a se manifestar. 
“Ainda hoje não gosto quando vejo o possível desencarne de alguém. Nestas horas, preferia não saber”, conta a psicóloga Marilusa Moreira Vasconcelos, 65 anos, de São Paulo, que psicografa. O médium de cura Wagner Fiengo, analista fiscal paulistano, 37 anos, chegou a se afastar da doutrina. “Aos 13 anos não entendia por que presenciava aquilo.” Para manter a sanidade e o equilíbrio, as pessoas que possuem dons e querem fazer parte da religião espírita precisam se dedicar à educação mediúnica. O curso leva cinco anos. Inclui os ensinamentos que Allan Kardec compilou no Livro dos Espíritos a obra que deu base ao entendimento da doutrina e no Livro dos Médiuns que explica quais são os tipos de mediunidade, como eles se manifestam e os cuidados a serem tomados. Entre eles, o combate a falhas de comportamento, como vaidade, orgulho e egoísmo. O Espiritismo prega que as imperfeições da personalidade atraem espíritos com a mesma vibração.
“O pensamento é tudo. Aqueles que pensam positivo atrairão o que é semelhante. O mesmo acontece com o pensamento negativo e os vícios. Quem gosta de beber, por exemplo, chama a companhia de espíritos alcoólatras”, afirma o professor de educação mediúnica Ivanildo Protázio, 49 anos, de São Paulo, que tem o dom da vidência.

PSICOFONIA
Falar o que os espíritos querem dizer

A intuição do servidor público Geraldo Campetti, 42 anos, de Brasília,começou na infância. Ele tinha percepções inexplicáveis, das quais mais ninguém se dava conta. Era como se absorvesse sentimentos que não eram seus. Apenas identificava que existia algo além do que seus olhos enxergavam. Até que as sensações começaram a tomar forma. Campetti passou a ouvir súplicas de ajuda. De espíritos, inconformados com a morte. Aos 29 anos, não se assustou. De família espírita, conhecia a mediunidade. “Mas sabia que precisava estudar para manter o equilíbrio”, diz. Hoje diretor da Federação Espírita Brasileira, afirma ter controle sobre o dom de ouvir e transmitir recados dos mortos. Eventualmente, um espírito pede uma mensagem à pessoa com quem ele conversa. “Isso é espontâneo, não da minha vontade.”

Imaginar que convivemos no cotidiano com pessoas que estão mortas vai além da compreensão sobre a vida pelo menos para quem não acredita em reencarnação. Mas até na ciência já existem aqueles que conseguem casar racionalidade com dons espirituais. Esses especialistas afirmam que a mediunidade é um fenômeno natural, não sobrenatural. E que o mérito de Allan Kardec foi explicar de maneira didática o que sempre esteve presente e registrado desde a criação do mundo em todas as religiões. O que seria, dizem os defensores da doutrina, a anunciação do Anjo Gabriel a Maria, mãe de Jesus, se não um espírito se comunicando com uma sensitiva?
Apesar desse contato constante, os mortos, ou desencarnados, como preferem os espíritas, não aparecem em “carne e osso”. A ligação com o mundo dos vivos seria possível graças ao perispírito, explica Geraldo Campetti, diretor da Federação Espírita Brasileira. “Ele é o intermediário entre o corpo e o espírito. A polpa da fruta que fica entre a casca e o caroço.” O perispírito seria formado por substâncias químicas ainda desconhecidas pelos pesquisadores terrenos, garantem os adeptos do espiritismo. “É a condensação do que Kardec batizou como fluido cósmico universal”, afirma o neurocirurgião Nubor Orlando Facure, diretor do Instituto do Cérebro de Campinas. Nas quatro décadas em que estuda a manifestação da mediunidade no cérebro, Facure mapeou áreas cerebrais que seriam ativadas pelo fluido.

CURA
Cirurgias sem dor nem sangue

O primeiro espírito a se materializar para o analista fiscal Wagner Fiengo, 37 anos, de São Paulo, foi de um primo. Ele tinha dez anos, teve medo e se afastou. Mas, na juventude, um tio, seguidor da doutrina, avisou que era hora de ele se preparar para a missão que lhe fora reservada. Por meio da psicografia, seu guia espiritual, o médico Ângelo, informou que teriam um compromisso: curar pessoas. Ele não foi adiante. Uma pancreatite surgiu sem que os médicos diagnosticassem os motivos. Há quatro anos, seu guia explicou que as doenças eram ajustes a erros que Fiengo havia cometido numa vida passada. A missão era a forma de equilibrar a saúde e a alma. Em 2004, iniciou as cirurgias espirituais. Ele diz que não é uma substituição ao tratamento convencional. “É um auxílio na cura de fatores emocionais e físicos.”

Comprovar cientificamente a mediunidade também é objetivo do psiquiatra Sérgio Felipe Oliveira, professor de medicina e espiritualidade da Faculdade de Medicina da USP e membro da Associação Médica-Espírita de São Paulo. Com exames de tomografia, ele analisou a glândula pineal (uma parte do cérebro do tamanho de um feijão) de cerca de mil pessoas. “Os testes mostraram que aqueles com facilidade para manifestar a psicografia e a psicofonia apresentam uma quantidade maior do mineral cristal de apatita na pineal”, afirma Oliveira. Ele também atende, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, casos de pacientes de doenças como dores crônicas e epilepsia que receberam todos os tipos de tratamento, não tiveram melhora e relatam experiências ligadas à mediunidade. “Somamos aos cuidados convencionais, como o remédio e a psicoterapia, a espiritualidade, que vai desde criar o hábito de orar até a meditação. E os resultados têm sido positivos.” Uma pesquisa de especialistas da USP e da Universidade Federal de Juiz de Fora, publicada em maio no periódicoThe Journal of Nervous and Mental Disease, comparou médiuns brasileiros com pacientes americanos de transtorno de múltiplas personalidades (caracterizado por alucinações e comportamento duplo). Eles concluíram que os médiuns apresentam prevalências inferiores de distúrbios mentais, do uso de antipsicóticos e melhor interação social.
A maior parte dos cientistas acredita que a mediunidade nada mais é do que a manifestação de circuitos cerebrais. Alguns já seriam explicáveis, como os estados de transe. Pesquisas da Universidade de Montreal, no Canadá, e da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, comprovaram que, durante a oração de freiras e monges católicos, a área do cérebro relacionada à orientação corporal é quase toda desativada, o que justificaria a sensação de desligamento do corpo. Os testes usaram imagens de ressonâncias magnéticas e tomografias feitas no momento do transe.
A teoria seria aplicável ao transe mediúnico, quando o médium diz incorporar o espírito e não se lembra do que aconteceu. Pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, estudaram pessoas que estiveram entre a vida e a morte e relataram se ver fora do próprio corpo durante uma operação ou entrando em contato com pessoas mortas. Os estudiosos concluíram se tratar de um fenômeno fisiológico produzido pela privação de oxigênio no cérebro. Trabalhando sob stress, o órgão seria também inundado de substâncias alucinógenas. As imagens criadas pela mente seriam apenas a retomada de percepções do cotidiano guardadas no inconsciente.
PSICOPICTOGRAFIA
Milhares de quadros pintados

Criada numa família católica, Solange Giro, 46 anos, de Parapuã, interior de São Paulo, teve o primeiro contato com o espiritismo aos 20 anos, ao conhecer o marido. Ele, que perdera uma noiva, buscava o entendimento da morte. Já casada e com dois filhos, passou a sofrer de depressão. Encontrou alívio na desobsessão (trabalho que libertaria a pessoa de um espírito que a domina). A mediunidade dava os primeiros sinais. Logo passou a ouvir e ver espíritos. O dom da psicografia veio em seguida. Era um treino para ser iniciada na pintura mediúnica. “Pintei cinco mil quadros no primeiro ano. Estão guardados. Não tive autorização para mostrálos”, conta Solange, que diz nunca ter estudado artes. Nos últimos 13 anos, ela recebeu aval de seu mentor para vender os quadros. O dinheiro é revertido para a caridade.

O psiquiatra Sérgio Felipe Oliveira rebate a incredulidade. “Se uma pessoa está em cirurgia numa sala e consegue descrever em detalhes o que ocorreu em um ambiente do outro lado da parede, é possível ser apenas uma sensação?” Essa é uma pergunta que nenhuma das frentes de pesquisa se arrisca ou consegue a responder com exatidão. Da mesma maneira que todos os presentes à sessão de pintura em Indaiatuba saíram atônicos, sem conseguir explicar como alguém que conheceram numa noite foi capaz de decifrar suas angústias mais inconfessáveis.




As Crianças e o Além


Surpresa: sem que ninguém lhe contasse, Roberto sabia de detalhes sobre a bisavó que morreu antes de ele nascer.


Revista ISTOÉ 
Edição 1942 – 17/01/2007 
Por Camilo Vannuchi e Celina Côrtes
Matéria: As crianças e o Além. Relatos de comunicação com espíritos revelam que a mediunidade é comum na infância. E os pais precisam aprender a lidar com a situação.
Observação: A imagem faz parte do próprio Artigo da Revista.

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As Crianças e o Além
Por Camilo Vannuchi e Celina Côrtes

Relatos de Comunicação com Espíritos revelam que a Mediunidade é comum na infância. E os pais precisam aprender a lidar com a situação.

Surpresa: sem que ninguém lhe contasse, Roberto sabia de detalhes sobre a bisavó que morreu antes de ele nascer.

Diana embalava o filho em frente a uma parede repleta de fotos na casa de sua mãe, em Brasília. Uma delas, envelhecida pelo tempo, chamou a atenção do pequeno Roberto, então com pouco mais de um ano. O garoto apontou a jovem que aparecia no retrato: “Vovó.” A mãe achou estranho. “Sim, esta era a minha avó, sua bisa”, explicou. E perguntou como ele adivinhara, já que ninguém havia mostrado aquela imagem ao menino. Roberto apenas tocou o colo da moça no retrato. “Dodói”, disse. Na foto, nenhum machucado aparente. O assombro tomou conta da sala quando Liana se recordou que a avó, já idosa, faleceu em decorrência de um câncer de mama. “Meu filho sabia daquilo sem que ninguém tivesse lhe contado”, resume o pai, Ricardo Movits. Ninguém deste mundo, é bom ressaltar. 

Antes de tachar a história do menino Roberto de mentira, fantasia ou maluquice, vale lembrar que Chico Xavier, o maior médium brasileiro, teve sua primeira experiência mediúnica aos cinco anos, quando sua mãe faleceu e, em espírito, passou a visitá-lo. Roberto, hoje com quatro anos, também diz receber a visita de parentes falecidos. E de modo assíduo. Contou que a avó freqüenta sua casa para lhe ensinar coisas sobre a vida e a morte. “Ela disse que as pessoas que morrem viram anjinhos e depois voltam a ser bebês”, afirma. Em outra ocasião, Roberto surpreendeu o pai ao comentar que o avô havia morrido porque fumava demais. “Entrou muita fumaça no peito dele”, completou. Essas supostas habilidades do menino poderiam ser explicadas por meio da mediunidade. Estudada por religiosos, psiquiatras e até neurologistas, a mediunidade é a capacidade de ver e ouvir espíritos ou realizar fenômenos paranormais – como incorporação e clarividência – por intermédio de agentes externos. Ou seja, de entidades espirituais que utilizam o corpo do médium como veículo para se manifestar. 

Relatos desse tipo são cada vez mais comuns. Mesmo nos consultórios. A psicologia e a medicina, no entanto, buscam outras formas de justificar esses fenômenos. Se a criança parece possuída por uma entidade sobrenatural, por exemplo, é feito diagnóstico de transtorno de personalidade ou estado de transe e possessão, cujo tratamento alia psicoterapia e medicamentos. A comunicação com amigos invisíveis aos olhos dos pais costuma ser encarada como mera fantasia. “Há momentos em que a ilusão predomina e a criança transforma em real o que é apenas o seu desejo inconsciente”, considera a psicanalista Ana Maria Sigal, coordenadora do grupo de trabalho em psicanálise com crianças do Instituto Sedes Sapientiae. “Ao brincar com um amigo imaginário, ela nega a solidão e cria um espaço no qual é dona e senhora. Já falar com parentes falecidos é uma forma de negar uma realidade dolorosa e se sentir onipotente, capaz de reverter a morte”, acrescenta Ana Maria.

A interpretação é a mesma da maioria dos pediatras. Presidente do Instituto da Família, que estuda as relações familiares, o médico Leonardo Posternak afirma que esse tipo de fantasia permite à garotada chamar atenção. Segundo ele, as crianças percebem se os pais demonstram admiração por seu suposto dom. Ou se aproveitam do carinho especial recebido quando os pais desconfiam que o filho tem algum distúrbio psíquico. Mas e quando surgem fatos capazes de assombrar os mais céticos, como o pequeno subitamente falar outra língua? “É importante que sejamos humildes para admitir que muita coisa ainda escapa à medicina cartesiana. Em vez de dizer aos pais que o filho não tem nada ou que os sintomas vão passar, seria mais honesto dizer que a medicina vigente não é capaz de diagnosticar o que se passa com ele”, afirma Posternak. O presidente da Associação Brasileira de Neurologia e Pediatria Infantil, César de Moraes, lembra que o estado de transe e possessão, embora citado no Código Internacional de Doenças, ainda não foi esclarecido. “Pode resultar de alguma desordem física ou mental ou, de fato, ser obra do sobrenatural”, sugere. 

No vácuo deixado pela medicina, avançam cada vez mais as explicações alternativas que conciliam ciência e transcendência. Se uma criança descreve e dá nome a um amigo imaginário e a família descobre, ao investigar, que a descrição corresponde à de uma pessoa de verdade, que habitou a casa no passado, a linha entre ficção e realidade desaparece. É o que assegura Reginaldo Hiraoka, coordenador do curso de parapsicologia das Faculdades Integradas “Espírita”, a única do gênero no Brasil, em Curitiba.

“O mesmo ocorre quando crianças afirmam se lembrar de vidas passadas e citam episódios verídicos sem jamais terem ouvido algo a respeito”, acrescenta.

Para estudiosos da parapsicologia, há uma alta freqüência de relatos sobrenaturais na infância devido ao fato de a mediunidade, inata a todas as pessoas, ainda não ter sido reprimida nessa fase. “Crianças com menos de sete anos não vêem nada de anormal nessas experiências”, afirma a psicóloga infantil Athena A. Drewes, consultora da Parapsychology Foundation, com sede em Nova York. “Elas as aceitam até que outras pessoas comecem a reagir negativamente a seus relatos. O bloqueio ocorre ao entrarem na escola e descobrirem que nem todos vivem as mesmas experiências.”

Mas nem sempre a convivência com o sobrenatural é tranqüila. Às vezes, os amiguinhos imaginários são substituídos por monstros que atrapalham o sono dos pequenos e os tornam arredios, agressivos ou profundamente tímidos. Como no filme Sexto sentido, de Night Shyamalan, crianças se dizem assombradas por imagens de espíritos que vagam com ferimentos ou fraturas expostas, exatamente como estavam quando morreram.

Segundo a doutrina espírita, isso acontece quando os espíritos desencarnados não conseguem se desprender do plano físico, seja por não terem se dado conta da morte, seja por não a aceitarem. Também é possível que um espírito persiga uma criança por ter sido ligado a ela em uma vida pregressa. “Imagine se seu bebê foi uma pessoa má na encarnação anterior e prejudicou alguém que, agora, se sente no direito de atrapalhar seu caminho”, cogita a autora do livro Mediunidade em crianças, Agnes Henriques Leal. Conforme a tese espírita, é possível que esse filho sofra horrores com a influência de seres assustadores. 

Nessas horas, de acordo com o espiritismo, a criança deve ser encaminhada a tratamento com passes para dispersar energias negativas. Os espíritas podem ainda trazer a entidade a uma reunião no centro – por intermédio de um médium – para tentar demovê-la da perseguição. Leituras diárias do Evangelho também ajudariam. “Se os pais não participarem do processo de cura, nada será atingido. Para tanto, deverão conhecer a doutrina e se dispor a estabelecer, no lar, um clima vibratório de harmonia e paz”, ensina o médium paraense Nazareno Tourinho, autor de Experiências mediúnicas com crianças e adolescentes. Ele ressalta, no entanto, que nenhum auxílio científico deve ser desprezado. “Primeiro, deve-se procurar um profissional de saúde. Se o resultado não for satisfatório, resta buscar ajuda de espíritas competentes”, orienta.

Outra opção é consultar um especialista que seja ao mesmo tempo médico e religioso. Há muitos psiquiatras adeptos do espiritismo que atendem crianças e adultos atormentados por fenômenos inexplicáveis. Um deles é Sérgio Felipe de Oliveira, diretor da Associação Médico-Espírita de São Paulo e autor da tese de que a mediunidade nada mais é do que uma atividade sensorial – como a visão e o olfato – capaz de captar estímulos do mundo extrafísico. O órgão responsável pela mediunidade, diz Oliveira, é a glândula pineal, localizada no cérebro, que controla também o ritmo de crescimento e, na adolescência, avisa a hora de dar início à liberação dos hormônios sexuais.

Descrita por Descartes como a sede da alma em 1641, a pineal tem sido pesquisada há séculos, e, desde a década de 1980, é comprovada sua capacidade de converter ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos. Para confirmar sua tese, Oliveira realizou diversos exames neurológicos (como tomografia e eletroencefalograma) em pacientes em transe. “Verificamos a atividade na pineal durante esses momentos. Ela é uma espécie de antena que capta estímulos da alma de outras pessoas, vivas ou mortas, como se fosse um olho sensível à energia eletromagnética”, diz.

Mesmo que não veja ou ouça espíritos desencarnados, é a mediunidade que faz com que uma criança seja capaz de sentir se um ambiente está carregado e a faz chorar quando um estranho com energias ruins a pega no colo. Em sua clínica, Oliveira não descarta o uso de medicamentos, mas não tem dúvida dos benefícios da atividade espiritual, prescrita por ele como terapia complementar. Oliveira diz que, antes de se afirmar que uma criança está sob influência de um espírito, é preciso descartar as hipóteses de fantasia e de distúrbios psíquicos. A primeira etapa é entrevistar o paciente em busca de elementos que não poderiam ser ditos por ele. “É difícil diagnosticar como fantasiosa uma criança de três anos que se põe a analisar quadros de Botticelli ou a conversar em francês sem nunca ter estudado o idioma”, exemplifica. Finalmente, exames neurológicos são feitos para se verificar se a atividade no cérebro é equivalente à registrada em convulsões ou surtos de epilepsia. Normalmente, a reação é outra.

Médicos adeptos do espiritismo afirmam que a infância é o período em que a ação da glândula pineal está no auge, embora a criança não tenha o arcabouço intelectual necessário para interpretar os estímulos de forma consciente. Com o desenvolvimento completo do cérebro, a mediunidade seria sublimada na maioria das pessoas. Ou voltaria ainda mais forte naqueles que aprenderam a exercitá-la. No Livro dos médiuns, Allan Kardec, codificador da doutrina, avisa que a mediunidade não deve ser estimulada em crianças, o que pode ser perigoso, já que os organismos delicados das crianças sofreriam grandes abalos. “É de se desejar que uma criança dotada de faculdade mediúnica não a exercite, senão sob a vigilância de pessoas experientes”, escreveu. Por esse motivo, em geral os pais são orientados a não incentivar os filhos a exercê-la. “Muitas crianças sentem dor porque o corpo não está preparado para receber esse impacto”, diz a psicóloga Inês Ignácio, do Centro Espírita Francisco de Assis, no Rio de Janeiro.

Em outras religiões espiritualistas, como candomblé e umbanda, a presença de crianças nos rituais costuma ser permitida. Muitos templos oferecem acompanhamento adulto para a iniciação. “É preciso freqüentar o centro como se fosse uma escola”, alerta Aguinaldo Cravo, adepto do candomblé e babalorixá na Casa de Caridade Cabana de Oxossi, no Rio de Janeiro.

Crianças também exercem sua religiosidade nas giras de umbanda do Templo Cacique Pai Pena Branca, em São Paulo. “Algumas já têm um canal de vidência elevado, enquanto outras só vêem vultos e precisam desenvolver seu dom”, diz a ialorixá Mãe Norma de Iansã, que oferece aos domingos um curso de mediunidade aberto às novas gerações. Delas surgirá, quem sabe, um novo Chico Xavier.