terça-feira, 30 de outubro de 2012

Lar de Frei Luiz


Lar de Frei Luiz: passes espirituais e palestras para combater o crack

Centro espírita carioca oferece sessões de orações para viciados em drogas e seus familiares. Mais de cem pessoas procuram o local por semana

Valmir Moratelli iG Rio de Janeiro 


Selmy Yassuda
Entrada do centro espírita Lar de Frei Luiz, no Rio

No começo de janeiro, o Lar de Frei Luiz, na zona oeste do Rio, começou um trabalho voltado para orientar dependentes químicos e seus familiares, que passaram a ter um dia dedicado a sua recuperação através do desenvolvimento da espiritualidade. As reuniões públicas acontecem todas as quintas-feiras, das 19h às 21h. “Estamos desenvolvendo um trabalho espetacular de dependência química. Espetacular no sentido grandioso que o assunto exige. Quantas famílias entram aqui desesperadas pela perda do ente querido! A dor moral é muito maior do que a dor física. A dor moral dilacera a vida de várias pessoas”, diz Nelson Duarte Júnior, diretor espiritual do lar.

A dor moral é muito maior do que a dor física. A dor moral dilacera a vida de várias pessoa”
O que começou de maneira quase intimista com reuniões para cinco ou seis pessoas, hoje cresceu e recebe mais de cem pessoas por encontro. Quem conta é o presidente do lar, Wilson Pinto , afirmando que a procura só tem aumentado. “A gente percebe que as pessoas não sabem lidar com o vício do crack. Mas também recebemos quem queira se livrar do vício do cigarro, da bebida, da cocaína, da maconha, do sexo. Tudo que é obsessão”, diz Wilson.
dependência do crack é devastadora sob o aspecto clínico, mas, garantem os religiosos, é possível o resgate dos envolvidos. “O grande resgate está na consciência que elas precisam mudar. Quando elas assumem esta responsabilidade, superam qualquer coisa”, continua Nelson. As terapias incluem palestras sobre autoconhecimento e passes junto aos médiuns da casa.
Não há estatísticas sobre a recuperação dessas pessoas. O Lar de Frei Luiz não faz registros sobre os atendimentos. Mas os dirigentes reconhecem que recuperar um viciado é mais difícil do que curar algum outro problema de saúde. “A dependência química tem a ver com a obsessão. Os fatores de vampirização são intensos. Chega um momento que você tem uma simbiose tão forte, que o espírito está ali apenas sugando, consumindo a pessoa. É um trabalho muito difícil”, explica o presidente do lar.


    Cirurgias espirituais e 5 mil pessoas por dia: o maior centro espírita do Rio

    Reportagem do iG acompanhou um dia da rotina no Lar de Frei Luiz que atrai fiéis famosos e anônimos de todos os cantos em busca de milagres

    Valmir Moratelli iG Rio de Janeiro 
    Salão principal do Lar de Frei Luiz. Foto: Selmy Yassuda
    17/31
    Na entrada, logo após uma cancela, há vários baús onde as pessoas colocam os nomes dos que necessitam de oração. Caixa de preces ( para os já falecidos ), irradiação e harmonização ( para os vivos ), tratamento à distância ( para os hospitalizados ) e antigoécia ( contra bruxaria ). Estes baús são levados para salas de oração onde médiuns se debruçam sobre os pedidos para fazerem a “ponte com a outra esfera astral”.
    Um mar de gente vestida de branco caminha pelas ruas do Lar de Frei Luiz, um complexo de 90 mil metros quadrados, com doze edificações em área arborizada no bairro da Taquara, zona oeste do Rio. Numa quarta-feira, como a que a reportagem do iG visitou, o centro chega a receber cinco mil pessoas ao longo do dia. O estacionamento não comporta tanto movimento. Carros estão por todos os quarteirões próximos. Há barracas de camelô perto da entrada principal vendendo todo tipo de souvenir – camisetas, broches, bonés, panos de prato e tudo que puder ter estampada a imagem de Frei Luiz.
    O médico Luiz da Rocha Lima fundou o espaço em 1947, se caracterizando como uma obra filantrópica e tendo como atividade principal um educandário para crianças carentes. O frei que dá nome ao sítio nunca pisou ali. Nasceu em 1872 na Alemanha e morreu 65 anos depois em Petrópolis, na região serrana do Rio. Frei Luiz chegou ao Brasil em 1894, como noviço franciscano. Seu trabalho religioso ganhou fama entre os seguidores que acreditavam que suas bênçãos se transformavam em passes curadores. A igreja católica nunca reconheceu seus milagres.
    É exatamente à procura de passes milagrosos que a maioria das pessoas se dirige às dependências do Lar de Frei Luiz todos os dias, de domingo a domingo. Há no local doze prédios, chamados de “salas”, cada um para algum tipo de especificidade médica e espiritual. Das mais graves doenças aos pedidos de bom relacionamento no trabalho e em relações amorosas. Celulares e Iphones não são permitidos em nenhuma dependência do lar. As placas de advertência estão por todos os cantos. Acreditam que a frequência do aparelho celular interfira na comunicação com o “plano energético”.
    Selmy Yassuda
    A fachada da "sala 1", para casos graves de saúde
    A “Sala 1”
    Grimaneza de Meneses, funcionária da parte administrativa do Lar de Frei Luiz e moradora do Flamengo, bairro da zona sul, guia a reportagem do iG pela creche que atende crianças de 0 a 4 anos, pelo Lar de Felipe ( abrigo de idosos) , pelas salas de oração e passe, pelo curioso museu que contém material que teria sido retirado do corpo de enfermos em operações espirituais. Ela só não entra na sala 1. O prédio é o último de uma ladeira. Parece um hospital. “Trabalho no lar há quatro anos e nunca tive coragem de entrar. A energia é muito forte. Prefiro ficar aqui do lado de fora”, diz. Para entrar na sala 1 foi preciso uma autorização formal do presidente do Lar, Wilson Pinto , e do diretor espiritual, Nelson Duarte Júnior.
    Selmy Yassuda
    Estátua de Frei Luiz
    A sala 1 é um prédio de dois andares que atende pacientes com doenças graves, quase desenganados pela medicina. “Clinicamente não se explica o que acontece ali. A sala 1 tem um trabalho de cura baseado na ectoplasmia (fenômeno paranormal que designa uma substância ou exteriorizada por médiuns) . A energia vibrada neste prédio é diferente de todas as outras”, diz Wilson Pinto. A sala 1 recebe 420 pessoas diariamente.
    É preciso, antes de mais nada, deixar a câmera do lado de fora. Nada pode ser registrado. Também não se entra calçado. Após subir uma escada, se está diante de várias salas. Não há luz branca. “É para não matar o ectoplasma”, informa um senhor. Apenas três lâmpadas azuis iluminam o espaço de entrada. Um corrimão auxilia ao se andar na escuridão. À direita, uma sala com vinte pessoas sentadas, todas caladas, esperam para se dirigirem a uma outra, mais ao fundo. Vestem roupas brancas esterilizadas. A recomendação é que, 48 horas antes, não comam carne vermelha, não ingiram bebida alcoólica nem pratiquem sexo A semiescuridão somada ao total silêncio dão um tom misterioso ao ambiente.
    Ao fundo do corredor, uma sala sem porta mas com uma cortina é o destino principal dos que estão aguardando para serem atendidos. Chamam de sala de passe. Médiuns se dividem entre os pacientes. Dependendo do que os médiuns detectarem, o paciente é direcionado a uma outra sala, maior e igualmente escura. Há vários leitos dispostos como em uma ala de hospital. O médium Gilberto Arruda, que diz incorporar o espírito do médico alemão Frederick von Stein, circula suas mãos sobre os corpos dispostos nas camas. Ele realiza, por dia, cerca de noventa cirurgias espirituais.
    Selmy Yassuda
    Placas avisam sobre a proibição de celulares
    Uma escada de trinta degraus leva ao segundo andar. O acesso é restrito apenas aos médiuns. Há três pequenas salas, além de escritórios de administração. Carlos Alberto Mendes, o médium que leva a equipe de reportagem, aponta para o local aonde o espírito de Frederick von Stein chega para fazer os atendimentos médicos. “Melhor não entrar aí. É a sala do doutor Frederick, ele pode não gostar”, diz. Contrariando Mendes, o repórter abre a porta e, na sala semiescura, avista uma confortável poltrona, um jaleco branco pendurado num cabideiro, tapete aveludado, quatro macas enfileiradas e uma mesa com jarro de flores e um copo de água. Nada além disso.
    De Tom Jobim a Rosemary
    Este cunho de casa dos milagres, entretanto, é visto com ressalvas por parte dos que administram o lar. “É uma casa de educação espiritual. Infelizmente, acabaram vendo o lar como uma casa de milagres. Cura-se aqui. Você tem ‘n’ pessoas agora sendo curadas dos seus males. Mas não gostamos dessa fama de milagres que nos cerca”, diz o presidente do lar, Wilson Pinto. “O Lar de Frei Luiz tem peso significativo pelo trabalho social que fa z . O que nos difere das demais casas espíritas é que aqui estamos abertos todos os dias, dando um suporte assistencial aos seus frequentadores. É um trabalho enorme, que vai além do lado espiritual”, continua o diretor espiritual, Nelson Duarte Júnior.
    Na verdade, ambos sabem que mais de 90% das pessoas estão ali, vestidas de branco, atrás de alguma cura urgente e praticamente impossível aos olhos da medicina. A aposentada Giane Rocha, de 67 anos, é uma delas. Acompanhada da filha e da neta, saiu de Coaraci, interior da Bahia, apenas para ir ao Lar de Frei Luiz. Giane quer voltar a andar. Está na cadeira de rodas há cinco anos. “Quebrei o fêmur e fiquei de cama por meses, gritando de dor. Os médicos não sabem por que não consigo firmar a perna no chão. É a primeira vez que venho e tenho fé que vou ficar boa”, diz.
    A fama se propagou nas duas últimas décadas. Em parte também pelos visitantes ilustres. O músico Tom Jobim recorreu ao centro na tentativa de se livrar de um tumor na bexiga. O cantor Milton Nascimento buscou a cura do diabetes. O ator Carlos Vereza se tornou seguidor do espiritismo após recuperar a audição . Neguinho da Beija-Flor passou por várias terapias espirituais quando se descobriu portador de um câncer. Com o fim de “ Avenida Brasil ”, o ator Marcello Novaes voltou a frequentar o Lar de Frei Luiz . Elba Ramalho, Reynaldo Giannecchini, Alcione, Jerry Adriani, Rosemary também são vistos com frequência por lá.
    As histórias se multiplicam. Vania Lindoso, de 56 anos, se veste de azul. Faz parte da equipe de 1200 voluntários do local. Chegou ali após descobrir um tumor na bexiga há um ano. Ficou curada, diz, sem precisar de quimioterapia. “Nem os médicos sabem como”, afirma. Yasmin Figueiredo, 21, estudante de Direito, frequenta o lar há 15 anos. Ela diz que vê espíritos. “Aqui posso trabalhar esta mediunidade. Não tenho medo de vê-los. Temos que ter medo é dos vivos”, diz.
    As amigas Marcia Xavier, 26, e Jéssica Pereira, 23, gostam de passar a tarde na praça Maria de Nazaré, com fontes de água, localizada aos pés de um jequitibá de mais de trinta metros de altura. Foi Jéssica quem motivou a amiga a visitar o sítio. “Depois da morte do meu avô, passei a ver vultos. Hoje vejo que são espíritos. Estou trabalhando isso para não sentir mais medo”, conta Jéssica. Perto da praça, a estátua de Frei Luiz não tem sossego. A todo momento, grupos de pessoas se revezam em orações tocando o busto do religioso.
    Selmy Yassuda
    As amigas Marcia Xavier, 26, e Jéssica Pereira, 23, gostam de passar a tarde na praça com fontes de água
    Nível superior e maioria de mulheres
    A grande maioria dos frequentadores do Lar de Frei Luiz mora longe, na zona sul da cidade. Entre os carros que tentavam vaga na entrada na última quarta-feira (24), três eram Tucson, modelos caros da Hyundai.
    Os resultados do Censo 2010 sobre as religiões seguidas pelos brasileiros , divulgados no final do primeiro semestre pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam importante diferença dos espíritas para os demais grupos religiosos.
    Segundo a pesquisa, os adeptos do espiritismo possuem as maiores proporções de pessoas com nível superior completo (31,5%) e taxa de alfabetização (98,6%), além das menores porcentagens de indivíduos sem instrução (1,8%). Segundo o Censo 2010, 3.848.876 brasileiros se classificaram como espíritas, o que representa 2,02%. Desse total, 41% são homens e 59% são mulheres.
    Selmy Yassuda
    Fontes de água estão no centro de uma das praças de orações do Lar de Frei Luiz

        quarta-feira, 3 de outubro de 2012


        Chico Xavier na final de "O Maior Brasileiro de Todos os Tempos"


        O nome de Chico Xavier está na grande final do programa "O Maior Brasileiro de Todos os Tempos", exibido pelo SBT, que promove uma enquete nacional sobre o personagem mais importante da História do Brasil.
        Depois de uma triagem envolvendo uma centena de celebridades, o nome do médium mineiro anteriormente passou vitorioso por uma votação frente ao nome de Irmã Dulce e na edição de ontem, foi submetido a um confronto de semifinal frente ao nome do piloto de fórmula 1, Ayrton Senna.
        Além do querido médium espírita, concorrem ao título oferecido pela pesquisa os nomes de Princesa Isabel e Santos Dumont.

        Para votar, acesse o site oficial do programa





        Conheça a história de pessoas que acreditam na energia 


        espiritual




        Casos que a medicina ainda não tem como explicar. Quatro histórias de cura com o mesmo remédio: os passes de dona Isabel.

        JOSÉ RAIMUNDOBrasil
        De repente, uma doença sem cura e a vida por um fio.
        "O médico falou pra gente ‘não dou 2 meses pra ele’", disse a filha de Zé Carlos.
        "As dores são fortes mesmo. E a gente precisa ter um equilíbrio muito grande pra poder suportar tudo isso", afirmou Zé Carlos.
        De uma hora pra outra, um diagnóstico que ninguém merece.
        "Ele chegou carregado, com o lado direito todo sem movimento, sem enxergar, com a boca torta”, lembrou a mulher de Yano.
        Como aguentar uma lesão grave no menisco sem cirurgia?
        "Não sinto absolutamente nada. Nada”, revelou Alessandro.
        E quando o futuro de uma criança sai do controle dos pais?
        "As informações eram as piores possíveis, até de infecção generalizada", contou o pai.
        "Então, tem que operar rápido, urgente", contou a mãe.
        "Eu não fiz nenhuma cirurgia, não tomei remédio. Fiz o tratamento espiritual e fui curada", disse Isabela,
        São casos assim que a medicina ainda não tem como explicar. Quatro histórias de cura com o mesmo remédio: os passes de dona Isabel.
        Já são quase 70 anos que ela trabalha com a mediunidade para curar as pessoas. Mas até hoje não gosta de falar em milagres.
        "Não existe milagre. Existe trabalho e progresso. Felicidade é consequência”, afirmou Isabel Salomão de Campos, médium.
        Ela também faz questão de dizer que o médium é apenas um instrumento das equipes do plano espiritual. No caso dela, é um grupo chefiado por dois médicos: o cirurgião André Luiz, que também trabalhava com Chico Xavier, e o português João de Freitas, que atendia as comunidades pobres do século 18, no interior de Minas.
        "Ele é o mentor do meu trabalho. A minha parte é a vigilância, os cuidados que eu tenho que ter com a minha vida. Você vigiando a sua oração tem acesso entre os mentores, entre os trabalhadores de Jesus. Quanto mais perfeita a integração entre o médium e o espírito mentor, mais satisfatória é a cura, mais satisfatória é a melhora do paciente, e mais satisfatório é o resultado do trabalho", disse dona Isabel.
        Às sextas e sábados, a Casa do Caminho, que é a casa de dona Isabel, vira um pronto-socorro movimentado. Ninguém sabe explicar ainda o que acontece. O certo é que raramente alguém que esteja desenganado pela medicina tradicional, depois de passar por esta enfermaria, vai embora sem pelo menos uma esperança de cura.
        São em média 800 pessoas a cada fim de semana. E dona Isabel precisa da ajuda de muitos voluntários. O grupo é coordenado por três médicos: Mirna, Sílvio e Didier.
        Quando seu Zé Carlos esteve aqui pela primeira vez, só mesmo um "milagre" pra dar conta da situação. O câncer no intestino tinha evoluído para metástase óssea, comprometendo toda a coluna. Pela frente ele tinha poucas semanas de vida, uma cadeira de rodas e muita dor.

        "Quando ela dava o passe, eu sentia aquela paz, aquela tranquilidade, então, aquela coisa boa, aquele calor. E nesse momento, a dor diminuía”, disse José Carlos Portes, fiscal de arrecadação aposentado.
        "Ele dirige, tem dia até que faz arte, começa a querer lavar o quintal, ele esquece que tem um problema, que existe, persiste, porque ele tem uma disposição muito grande, muita alegria. Ele levanta cantando", ressaltou a esposa.
        "A gente quando tem fé, a gente sente que vai melhorar. Tem que ter o pensamento positivo. Eu sentia isso. Nunca me senti derrotado não. Eu falei ‘eu vou vencer. E vou vencer’", contou Zé Carlos.
        Mas os exames comprovam que as sequelas do câncer não foram apagadas. Da forma como a medula está comprimida, seu Zé Carlos deveria sentir dores insuportáveis.
        "Como é que uma pessoa com esse grau de comprometimento não tem queixa? Realmente a gente tem que parar pra pensar. Nós temos que imaginar que temos um poder limitado. E a partir daí a gente imagina que sempre nós vamos precisar de ajuda. E essa ajuda vem, com certeza. Tanto pra nós, médicos, como pros pacientes”, afirmou o oncologista João Carlos Campos.
        "Ó, o caminho da doença: quando a gente não vigia o pensamento, não vigia a palavra, não vigia o sentimento, esse é o caminho aberto para as enfermidades. Por isso que o pensamento, a palavra, as atitudes, são forças que nos elevam aos espíritos do bem, ou nos prendem à terra, aos espíritos negativos. E o doutor João de Freitas seria o espírito superior que trabalha junto aos enfermos, que ajuda os enfermos. Ele não evita doenças. Ele trata do espírito doente. Para que o corpo seja favorecido; enquanto o médico cuida do corpo, o doutor Freitas com sua equipe, no caso, cuida do espírito", revelou dona Isabel.
        Os médicos já viram o suficiente nos consultórios para admitir a necessidade de investigar pra valer esse mistério. O grupo que se reúne uma vez por mês com dona Isabel, em Juiz de Fora, já tem mais de 20 especialidades. Todos querem aprender sobre o espírito, essa parte de nós que não costuma ser estudada nas escolas de medicina.

        Quando doutor Yano, que é psiquiatra, soube que estava gravemente doente, a estimativa mais otimista era de apenas 6 meses de vida. Ele estava com esclerose múltipla.

        "É uma doença auto-imune, quer dizer, você mesmo volta a sua imunidade contra si próprio. Aí, você tem que tomar remédio para sua imunidade não cair tanto. Ao diminuir sua imunidade, você fica exposto às agressões do ambiente: infecções, gripe”, afirmou Yano Salomão de Campos, psiquiatra aposentado.
        Ele podia não acreditar na época, mas sem ter o que fazer, aceitou o socorro da própria mãe: dona Isabel tratou do filho durante quase dois meses.
        "No meu filho, o André Luis usou uma bisnagazinha assim, e foi como se estivesse soltando os tecidos dele, e soldando mesmo, ou colando, e ele foi ficando bom. Ele tomou 50 passes. Cada dia, cada manhã ele levantava melhor", disse dona Isabel.

        " E 13 anos depois eu estou aí vivo ainda, aposentado por invalidez porque realmente não tenho condições de fazer tudo, mas proporcionalmente, eu estou ótimo", afirmou Yano.
        E ele tem razão. Durante dez anos levou uma vida normal, sem remédios, até um novo surto que deixou sequelas. E diante de 13 anos de sobrevida, o doutor Yano reconhece o poder da parceria entre a medicina tradicional e a espiritualidade.
        "Eu tenho 34 anos de formado, a quantidade de médico que convive comigo, que me olha e fala, ‘Yano, você tá bem demais’. Então é evidente pra eles também uma indicação que tem que ser estudado isso. É uma associação excelente", afirmou Yano.
        O caso de Isabela é outro que não tem explicação científica. Aos 4 anos, começou a ter febre e a reclamar de muita dor na perna esquerda. Era osteomielite, um abscesso dentro do fêmur,
        Para os médicos, não há outro caminho a não ser operar o paciente na hora.
        "Se ela pega uma gripe, uma dor de garganta, e o organismo dela não disseminar isso bem, é uma janela aberta para uma infecção grave, uma septicemia, então, tem que operar rápido, urgente", disse a mãe Sandra Cordeiro, funcionária pública.
        Aceitar esse tratamento significava assumir, além do risco de uma cirurgia, sequelas pro resto da vida: no mínimo, uma enorme cicatriz externa e uma perna mais curta que a outra.
        "Aí, desequilibrou o nosso dia-a-dia. E, então, como temos muita fé, começamos a apelar para a providência divina, aí é que nós começamos a percorrer outro caminho, que não na medicina tradicional, e sim espiritual, pra ver se conseguíamos superar esse problema, que era muito grave", revelou o pai Hélber Cordeiro, delegado aposentado.
        Isabela ficou quatro meses tomando passes com dona Isabel. A febre e a dor foram embora logo no começo. Mas os pais só tiveram coragem de refazer os exames, sete meses depois. E as imagens da ressonância magnética surpreendem até hoje. Foi uma cura que não deixou sequelas.
        "Como se ela não tivesse passado aos 4 anos de idade por essa alteração. Com a medicina convencional é muito difícil a gente explicar. Eu não consigo te dar essa explicação. Eu entendo que alguma coisa houve. E não foi a medicina convencional", ressaltou o ortopedista Jurandir Antunes Filho.
        Com 16 anos hoje, Isabela não é só uma princesa. Trabalha como modelo, quer ser médica no futuro e não esquece de agradecer, todos os dias, tudo o que já ganhou.
        "Sou grata primeiramente a Deus, a dona Isabel e à minha família, que me apoiou muito", disse Isabela Cordeiro, modelo.
        Dona Isabel explica que no caso das crianças a ajuda espiritual é mais eficaz. É que na infância, somos mais puros de idéias e ações. E isso facilita muito o trabalho dos mentores através dos médiuns.
        "Houve a cirurgia, tirou o tumor. André Luis tirou o tumor, fez a limpeza local, e o doutor Freitas deu o fluido espiritual”, falou dona Isabel.
        E o que será que aconteceu com Alessandro? Quem o vê jogando bola com o filho jamais imaginaria que o joelho está há mais de 10 anos nesse estado. A lesão no menisco é de grau máximo. Sem cirurgia, é impossível andar sem dor.
        "A dor era terrível. Eu rompi numa partida de squash, logo depois sem conseguir andar, fui ao médico e ele indicou a artroscopia. Procurei a dona Isabel pra fazer um tratamento espiritual pra preparar pra cirurgia. Depois do tratamento espiritual, a dor desapareceu e eu não fiz cirurgia", ressaltou Alessandro Arbex, diretor de filmes publicitários.
        E a ressonância, repetida agora pela terceira vez, apresentou o mesmo resultado de dez anos atrás.
        "É difícil a gente pegar um paciente com uma ruptura de menisco dessa, estando assintomático. Não sentir nada não é muito comum", revelou o doutor Jurandir.
        "Eu não penso em fazer cirurgia não. Eu não sinto nada. Se eu sentisse incômodo, se o joelho falhasse pra valer, se eu sentisse dor, mas eu não sinto nada, pra que eu vou buscar cirurgia sem dor nenhuma? Eu acho que pelo tratamento espiritual foi bloqueado. A perna está bloqueada. Vou deixar assim até eles acharem que deve", afirmou Alessandro.

        Teremos todas essas respostas um dia? Para dona Isabel, nunca houve dúvida. Ela entrou em contato com o mundo espiritual ainda menina, aos 9 anos. E perto de completar 90, segue a mesma receita de saúde e bem-estar.

        "É preciso que a humanidade acorde e aproveite o tempo para progredir porque nós podemos ser felizes aqui na Terra. Porque Deus nos criou para sermos felizes e isto é importante que nós entendamos. Deus não nos criou para o sofrimento", completou dona Isabel.